Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

TV no Paraná: 60 anos de história

Por Comunicação. Publicado em 01/10/2020 às 11:06.

A Aerp e o Sert-PR convidam você para fazer uma viagem no tempo e conhecer um pouco mais sobre a história da televisão no Paraná.

Durante todo o mês, publicaremos vídeos enviados pelas principais emissoras do Estado contando detalhes da sua fundação, início das transmissões, expansão e planos para o futuro!


Foi no início dos anos 60 que a TV consolidou de vez a presença no Paraná, passando a transmitir de forma periódica e definitiva. Até então, foram incansáveis testes, transmissões experimentais e sinais vindos de outros estados que aglomeravam toda a vizinhança na casa dos poucos abastados que dispunham, à época, do sonhado aparelho televiso.

No mês de outubro de 1960, o empresário Nagib Chede equipou todo o último andar do tradicional edifício Tijucas, na Boca Maldita, para lançar o pioneiro canal 12 curitibano. Na sequência veio o canal 6, que estreou em dezembro do mesmo ano, e pouco depois a TV Coroados, canal 3 de Londrina, que passou a operar em 63.

O professor Fernando Morgado, autor de “Comunicadores S.A. (2019)” e do best-seller “Silvio Santos – A Trajetória do Mito (5ª edição em 2017)” viaja no tempo para contar esta história em detalhes. 


Televisão: 60 anos no Paraná, 70 no Brasil

Por Fernando Morgado

Foi no frio e chuvoso dia 29 de outubro de 1960 que a TV surgiu de maneira definitiva no Paraná, mais precisamente em Curitiba. Até então, apenas transmissões experimentais e sinais vindos de outros estados podiam ser vistos pelos poucos privilegiados que dispunham de um receptor em casa.

Quando nasceu, o pioneiro canal 12 curitibano, fundado por Nagib Chede, recebeu generosos elogios da imprensa. A revista A Divulgação, por exemplo, disse se tratar de “uma das mais eficientes e perfeitas dentre as estações congêneres existentes no território nacional”. A verdade, porém, é que a emissora nasceu com poucos equipamentos e um espaço reduzido. Seu primeiro estúdio foi no último andar do edifício Tijucas, na Boca Maldita, e tinha uma coluna de sustentação bem no meio. Isso dificultava muito o trabalho dos câmeras e cenógrafos.

Ainda em 1960, foi inaugurada a segunda televisão do Paraná: o canal 6, também de Curitiba. A emissora pertencia aos Diários Associados, grupo empresarial que, dez anos antes, tinha implantado a TV no Brasil. Da estreia do canal 6, transmitida na noite de 19 de dezembro, participaram ídolos nacionais como Agnaldo Rayol, Dorinha Duval e Pery Ribeiro.

No mesmo ano em que a capital paranaense entrou definitivamente na era da TV, o interior do estado começou a gerar suas primeiras imagens. Em 2 de maio de 1960, a TV Coroados, canal 3 de Londrina, entrou no ar em caráter experimental, passando a funcionar de forma permanente em 21 de setembro de 1963.

A televisão do Paraná rapidamente se expandiu e se profissionalizou, em sintonia com o desenvolvimento do próprio estado. Formaram-se redes combinando programações vindas do Rio de Janeiro e de São Paulo com atrações feitas com e para os paranaenses.

O Paraná possui centenas de geradoras e repetidoras de TV em funcionamento. O estado é um dos maiores produtores de conteúdo local do Brasil, tendo revelado várias figuras que hoje brilham nacionalmente.

Mais do que diversão, televisão é cultura. Contando histórias, apontando problemas, estimulando consumo, gerando empregos e sendo parte da memória afetiva do povo, a TV chega aos 60 anos no Paraná e 70 no Brasil cumprindo sua principal vocação: ser espelho e janela da sociedade, que se vê refletida e, ao mesmo tempo, se comunica com o mundo através dos conteúdos que as emissoras apresentam em múltiplas telas.

Sobre Fernando Morgado — Consultor e palestrante. Professor das Faculdades Integradas Hélio Alonso. Coordenador-adjunto do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS. Membro da Academy of Television Arts & Sciences, entidade realizadora dos prêmios Emmy. Possui livros lançados no Brasil e no exterior, incluindo Comunicadores S.A. (2019) e o best-seller Silvio Santos – A Trajetória do Mito (5ª edição em 2017). Mestre em Gestão da Economia Criativa e especialista em Gestão Empresarial e Marketing pela ESPM. http://fernandomorgado.com