Com a pandemia, as famílias que optarem viajar nas férias o farão prioritariamente de carro, segundo especialistas. Como o rádio pode aproveitar esse momento?
Por Fernanda Nardo.
A pandemia influenciou na escolha do local e no trajeto das viagens em todo o mundo. No Brasil, a perspectiva é de que o trajeto por terra, via automóvel, seja a opção mais escolhida nas férias de julho. Com o avanço da vacinação, muitas pessoas têm optado por viagens curtas e isso contribuiu para um aumento significativo na demanda por carros alugados. A procura por motorhomes e trailers pela internet também nunca foi tão grande, é o que revelou uma reportagem do Fantástico. O cenário no Brasil indica que essa tendência deve continuar nessas férias.
Na visão de empresários do setor, o turismo de lazer nacional ganhará mais importância e o medo causado pelo coronavírus fez as pessoas evitarem o avião e optarem pelas viagens de carro. Para os amantes do rádio, pegar a estrada só vale se for ouvindo a emissora preferida.
No rádio, as viagens de carro geram novas oportunidades para muitos anunciantes, é o que mostra um estudo da Radiocentre, chamado Radiogauge Predict. De acordo com o estudo, nas campanhas ouvidas em veículos, houve aumento da relevância da marca em 33% e de 71% no reconhecimento do anúncio.
Por isso, basta aproveitar esse período de férias e potencializar os anúncios da emissora. Mas como a rádio pode diversificar para acompanhar as pessoas em suas viagens de carro?
Segundo o diretor da Rádio Transamérica de Curitiba, Rogério Afonso, as montadoras e concessionárias sempre foram grandes anunciantes do meio. Para ele, o carro assim como o rádio é uma paixão dos brasileiros. O Rádio é um companheiro do motorista no automóvel.
“Muitas vezes ligamos o rádio antes de ligar o carro. Entendo que o período de férias seja excelente para projetos de dicas de viagens e de lugares para se conhecer. O rádio fala diretamente a cada um dos seus ouvintes. É hora de planos comerciais especiais, dando dicas de lugares, restaurantes e entretenimento”, afirma.
De acordo com Afonso, atualmente várias emissoras possuem aplicativo e transmissões das suas programações por streaming e pelas plataformas de redes sociais. Desta forma, além do dial, onde muitas emissoras com grande potência de irradiação conseguem cobrir longas distâncias, é possível ir muito mais longe com a programação do digital.
“Desta forma, o rádio continua sendo um grande companheiro dos motoristas em viagens. É possível via bluetooth, por exemplo, conectar o aplicativo ao rádio do carro durante as viagens onde a emissora favorita não esteja pegando devido à distância. Por isso, temos que aproveitar a força do streaming e criar projetos diferenciados para os clientes”, diz.
Para o ex-presidente e diretor regional noroeste da Aerp e vice-presidente de rádio do Sert-PR, Ilídio Coelho Sobrinho, uma forma da rádio diversificar nesse período é trabalhar com informações da sua região. “Divulgar os pontos turísticos, a gastronomia e o potencial do Paraná em alguns setores da economia. É possível criar programetes e vender isso para empresas interessadas em fomentar o turismo, por exemplo”, diz.
Quando o assunto é vender anúncios, Ilídio acredita que não há nada melhor do que o peso e a influência do locutor. “Acredito muito na influência do comunicador falando sobre as vantagens de comprar uma marca específica de carro. Além de utilizar testemunhais, mostrando ao comprador as vantagens que ele teria em comprar aquela marca de veículo”, afirma.
Segundo o coordenador artístico da Mundo Livre FM, Rod Becker, muitas rádios investem em ações de marketing em cidades visitadas nas férias, para que o ouvinte seja impactado pela marca onde ele for. “As rádios podem transformar isso em projetos comerciais.. Por exemplo, uma rede de combustíveis patrocina mensagens sobre condição das estradas, clima ou dicas. Essa ação também gera oportunidades para anunciantes”, destaca.
Para que a rádio continue sendo aquela companheira durante o trajeto, o diretor artístico acredita que utilizar a tecnologia é uma opção viável. “Um grande aliado, é o sistema RDS, que são as mensagens exibidas na tela dos rádios, programadas pelas emissoras, que podem ser sobre condições das estradas, clima e últimas notícias. Outra função possível para emissoras em rede, é a troca automatizada por meio do ID. Desta forma, o ouvinte pode continuar curtindo a mesma programação na cidade que está passando”, explica Becker.