A ABERT divulgou nesta quarta-feira (21) o Relatório sobre Violações à Liberdade de Expressão no Brasil, com um panorama sobre casos de assassinatos, agressões, ameaças, intimidações, censura e ataques a jornalistas e veículos de imprensa ocorridos em 2017, envolvendo pelo menos 116 profissionais.
O material ganha relevância ainda maior na semana em que sedes de veículos de comunicação foram alvos de ataques em Curitiba, que foram veementemente repudiados pela AERP e pelo SERT-PR. (Nota de Repúdio).
Segundo o presidente da ABERT, Paulo Tonet, os números expõem uma realidade preocupante ao colocarem o Brasil entre os lugares mais inseguros para o exercício do jornalismo. Entre 180 países avaliados, o Brasil figura na posição 103 no ranking de liberdade de imprensa.
“Nós vivemos num país com democracia efetiva, com instituições públicas fortes, não é razoável que se tenha os números que vemos nesse relatório”, disse Tonet.
De acordo com a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), “jornalistas, blogueiros e comunicadores em geral atuam num cenário de grande vulnerabilidade no Brasil, em particular aqueles que trabalham fora dos grandes centros urbanos”.
A impunidade também foi apontada como fator motivador desses casos. Segundo o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), o Brasil ocupa a oitava posição na lista dos países que possuem mais crimes contra jornalistas sem solução.
“Em pelo menos 40% dos casos, os jornalistas assassinados já haviam recebido ameaças, o que ressalta cada vez mais a necessidade de mecanismos de proteção à categoria. O que mais chama a atenção, no entanto, é o grau de impunidade: apenas 4% dos assassinatos acabaram com os autores julgados, uma prova, neste caso, de que o crime compensa”, diz o estudo.
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