Por: Noéli Nobre
Diversos deputados e senadores de oposição ao governo Michel Temer se manifestaram na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (22), contra as reformas da Previdência (PEC 287/16) e trabalhista (PL /16), em análise na Casa. Eles participaram de ato de repúdio às propostas organizado pelo Fórum Interinstitucional em Defesa do Direito do Trabalho e da Previdência Social (Fids), composto por diversas entidades, entre elas a ANPT, Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, e centrais sindicais.
Segundo o presidente da ANPT, Ângelo da Costa, as propostas diminuem direitos e correm o risco de serem aprovadas sem transparência e diálogo com a sociedade.
“O governo não divulgou dados que realmente convencessem a população. Há, de certa forma, um manuseio dos dados para colocar o foco apenas na Previdência Social, quando a gente sabe que a Previdência também é abastecida com recursos da Seguridade Social.”
A proposta de reforma da Previdência altera regras previdenciárias, como a idade de aposentadoria, que passará a ser de 65 anos, e o tempo de contribuição, fixado em 25 anos. O texto foi bastante criticado pelos parlamentares presentes, que disseram que a matéria representará o desmonte da Previdência.
A reforma trabalhista, por sua vez, prioriza as negociações trabalhistas sobre a legislação, flexibilizando contratos.
O deputado Marco Maia, do PT do Rio Grande do Sul, opinou que as duas reformas deveriam ir para o lixo.
“Nós precisamos esclarecer a população brasileira, o povo brasileiro, sobre o que significam essas duas reformas. Elas são nefastas. Elas vão acabar com a aposentadoria e vão acabar com os direitos trabalhistas do nosso povo.”
Uma greve geral nacional da educação está marcada para o dia 15 de março. Os parlamentares acreditam que o evento constituirá uma nova oportunidade de luta contra as reformas.