Denúncias de assédio moral e má gestão motivaram saída de servidores de órgão responsável pelo Enem 12 dias antes da realização das provas.
por Amanda Yargas
31 funcionários do Inep, órgão responsável por exames e pesquisas na área da educação à nível nacional, pediram exoneração nessa segunda-feira. O pedido acontece menos de duas semanas antes da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), previsto para os dias 21 e 28 de novembro, e a menos de uma semana para o Enade, exame que avalia o desempenho de estudantes de cursos de graduação.
Os servidores justificaram o pedido de exoneração citando fragilidade técnica e administrativa do atual presidente e também mencionam episódios de assédio moral, que motivaram outros dois pedidos de demissão na quarta-feira passada.
O presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF), protocolou nesta segunda-feira na Comissão de Educação da Câmara um pedido de convocação do presidente do Inep, Danilo Dupas, para prestar esclarecimentos sobre as acusações feitas por servidores. A Frente já havia divulgado uma nota na última sexta-feira avaliando 2 pedidos de demissão que aconteceram na quarta passada, de servidores ligados à realização do Enem.
Segundo a nota, “problemas em sequência fragilizam a atual gestão”, e “a educação e o papel do INEP precisam ser levados a sério, com espaço e respeito ao corpo técnico do órgão”.
A nota considera também o Enem como ferramenta importantíssima de acesso ao ensino superior no País, que já vinha sofrendo com a falta de planejamento. Segundo a Frente, a atual edição, de 2021, tem a menor quantidade de inscritos desde 2005.