
Bonecas hiper-realistas ganham espaço entre adultos e levantam reflexões sobre maternidade, luto, solidão e saúde mental. Psicóloga destaca que é preciso empatia — mas também atenção clínica — ao lidar com o fenômeno
Por Flávia Consoli
Eles parecem bebês de verdade: têm o peso, a textura e as feições de um recém-nascido. Chamados de bebês reborn, esses bonecos hiper-realistas estão ganhando espaço entre adultos, especialmente mulheres, e despertam curiosidade, afeto… e também polêmica. O fenômeno, ainda recente, vem desafiando as fronteiras entre fantasia e realidade. Para a psicóloga Valéria Figueiredo, docente do curso de Psicologia da Estácio, ainda é cedo para rotular ou patologizar o uso dos bebês reborn — mas é importante refletir sobre o que está por trás desse vínculo
SONORA
Segundo Valéria, vivemos um tempo em que a imagem ganhou protagonismo. Segundo a especialista, existem muitas camadas nessa “onda reborn”. Do comercial ao emocional. Na era do imaginário, onde o visual ocupa o centro do capitalismo, precisamos nos perguntar o que é real. Ela explica que o bebê reborn pode representar um afeto simbólico — desde a expressão do desejo de maternar até a elaboração de perdas emocionais profundas
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O debate sobre os bebês reborn exige sensibilidade. Como lembra a psicóloga, compreender as motivações por trás dessa escolha é essencial — e isso passa por empatia, sim, mas também por responsabilidade clínica.