Mesmo com as promoções, consumidor tem orçamento apertado e nem os gastos básicos cabem no bolso. Economista avalia como está o cenário nacional.
por Amanda Yargas
Na semana do consumidor, como em outras datas importantes para o varejo, pipocam promoções em lojas e no setor de serviços buscando atrair consumidores. O problema é que o poder de compra da população está diminuindo sistematicamente. O economista Sandro Silva do Dieese avalia quais gastos básicos tomam uma parcela cada vez maior do orçamento familiar.
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Mensalmente o Dieese calcula qual seria o salário mínimo ideal para atender todas as necessidades de uma família de 4 pessoas, considerando 2 adultos trabalhadores e duas crianças. De acordo com o último cálculo, referente a fevereiro, o salário mínimo deveria ser de 6mil e 12 reais. O salário mínimo no país é de mil duzentos e 12 reais. Ou seja, o brasileiro deveria estar ganhando no mínimo 5 vezes mais para poder atender todas as necessidades básicas. O Paraná tem um salário mínimo regional, mais elevado, de 1.617 a R$ 1.870, dependendo da categoria. Ainda assim, a diferença para o salário básico calculado para a instituição é de mais de 3 vezes e meia. Para além dessa enorme diferença entre a realidade e o ganho ideal, Sandro Silva ainda lembra que grande parte dos trabalhadores não ganha nem o salário mínimo oficial.
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Uma das medidas do Banco Central para enfrentar a inflação é aumentar a taxa Selic, taxa básica de juros. Entre junho de 2020 e janeiro de 2021 a taxa chegou a ser de 2% ao ano, menor índice histórico e desde já sofreu 9 aumentos. Nesta quarta, o Comitê de Política Monetária do BC subiu a taxa mais uma vez e agora é de 11,75% maior valor em cerca de 5 anos. Segundo o economista, a estratégia é equivocada.
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Sandro Silva reforça que é preciso uma mudança na lógica da política econômica brasileira para que seja possível uma retomada real da economia e do poder de compra do trabalhador.
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