Com a redução de exames preventivos na pandemia, mulheres têm detectado a doença mais tardiamente, o que leva a tratamentos mais agressivos, apontam especialistas.
Por Fernanda Nardo
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Esse áudio é da administradora Luciane Pallu, de 46 anos, que em abril do ano passado, fazendo o autoexame descobriu que estava com câncer de mama. Com o tratamento feito de forma precoce ela conseguiu ter mais qualidade de vida durante o tratamento e evitar a mastectomia, que é a retirada da mama. Por isso, ela usa a sua voz para incentivar outras mulheres sobre a importância do autoexame e do diagnóstico do tumor logo no inicio. Para ela, mesmo com todas as dificuldades com a chegada do diagnóstico, a vida hoje ganhou um novo sentido.
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No entanto, diferente de Luciane, especialistas alertam que os pacientes estão chegando com tumores maiores. Essa é uma constatação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e a explicação está na redução do número de mamografias e procedimentos realizados nos dois anos da pandemia da covid-19. Assim como em outros casos de câncer, a gravidade da doença aumenta proporcionalmente à demora do diagnóstico. No caso do câncer de mama, esse atraso induz à mastectomia em 70% dos casos, como aponta o cirurgião plástico do Hospital Marcelino Champagnat, Alfredo Duarte.
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A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) tem um estudo que indica que em uma década foram realizadas 110 mil mastectomias no país, dessas, apenas 25 mil mulheres fizeram a reconstrução mamária. Isso se deve ao baixo número de cirurgias oferecidas e pela dificuldade da realização do procedimento em alguns casos. A mastologista do Instituto Oncológico do Paraná (IOP), Karina Furlan, reforça que quando o diagnóstico de câncer é realizado precocemente, cirurgias menos invasivas, como a cirurgia conservadora, são indicadas.
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