
A falta de dados e informações desencontradas contribuíram para que se espalhasse a ideia equivocada de que o cigarro eletrônico é menos prejudicial à saúde que o cigarro convencional
Reportagem e produção Camila Calaudiano. Supervisão: Maíra Gioia. Uma parceria Aerp e Agência Escola UFPR.
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Cigarro eletrônico, vape, pod, vaporizador… os dispositivos eletrônicos para fumar, como são formalmente chamados, estão por toda a parte, principalmente entre os jovens. Segundo o instituto de pesquisas e consultoria Ipec, o número de usuários saltou de 500 mil, em 2018, para 2,2 milhões de usuário em 2022. Esse aumento é mais expressivo entre os jovens, de 18 a 24 anos.
A falta de dados e informações desencontradas contribuíram para que se espalhasse a ideia equivocada de que o cigarro eletrônico é menos prejudicial à saúde que o cigarro convencional, e que seria um meio para ajudar o usuário a deixar de fumar, aos poucos. Uma jovem de vinte quatro anos, que não quis ser identificada, conta como começou a fumar.
SONORA
Desde 2023 está em discussão no Senado Federal a proposta de um projeto de lei para regulamentar a produção, comercialização, fiscalização e propaganda desses dispositivos. Práticas essas que são proibidas no Brasil, mas os produtos seguem entrando ilegalmente no país. Um dos principais argumentos a favor da regulamentação é de que os cigarros eletrônicos são até menos prejudiciais à saúde do que o cigarro convencional. A epidemiologista e professora no Departamento de Saúde Coletiva da UFPR, Bianca Oliveira Cata Preta, explica porque essa afirmação é falsa.
SONORA
É importante ressaltar que a venda e propaganda desses produtos são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, desde 2009. Ainda esse ano a Anvisa fez uma audiência pública com profissionais da saúde, e a decisão de manter a proibição foi unânime, pois os profissionais não reconhecem que a regulamentação traria algum benefício para a saúde pública.