Um levantamento do Fórum Nacional de Segurança Pública mostrou que a violência contra mulher cresceu no Paraná entre 2017 e 2018. Os dados apontam um aumento de 14,1%.
Foto:Marcos Santos/USP
Um caso de violência contra a mulher a cada 24 minutos no Paraná. Esta é a média registrada segundo dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta terça-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ainda, de acordo com a pesquisa houve um crescimento de 14,1% no número de violência contra mulher no estado, entre 2017 e 2018. No cálculo entram os casos de homicídios, incluindo os feminicídios, violência doméstica, estupro e tentativa de estupro.
Dentre todas essas categorias, a única que teve queda foi a de homicídios que passaram de 184 para 146, redução de 20,7%. Em contra partida, o número de feminicídio, o assassinato de mulheres em decorrência do menosprezo pela condição feminina, teve um aumento expressivo de 48,8%. Só em 2018 foram 61 casos.
Por fim, os casos de violência doméstica/lesão corporal dolosa avançaram 13,2%. Esse é o tipo de violência contra a mulher mais registrado: 16.021 casos em 2018 e outros 14.149 em 2017.
Segundo a análise de especialistas, o aumento nos registros pode ter uma face positiva: diante dos avanços da Lei Maria da Penha, por exemplo, muitas mulheres estão mais confiantes para denunciar seus agressores. Por outro lado, de acordo com Roseli Isidoro, ativista da causa feminina, o estado ainda não está preparado para receber todo este contingente. Para ela é preciso mais políticas públicas para que de fato se enfrente a violência contra a mulher.
Uma das medidas adotadas pela prefeitura de Curitiba, juntamente com o governo do Paraná e o governo federal, é a Casa da Mulher Brasileira. No local é feito um atendimento integral a vítima, desde o registro da ocorrência, já que a Delegacia da Mulher fica neste espaço, até o encaminhamento para outros órgãos que auxiliam neste processo de denúncia e acolhimento. Além disto são feitas várias campanhas de combate a violência, uma delas é o livro digital “Vire a Página”. O material contém dezenove histórias de mulheres que foram vítimas de violência doméstica e conseguiram romper com o ciclo. As páginas trazem de um lado cartas feitas à mão pela própria vítima, contando o processo de rompimento, e do outro o boletim de ocorrência. De acordo com a Assessora de Políticas para Mulher da Prefeitura de Curitiba, Elenice Malzoni, o objetivo é mostrar que é possível superar situações como estas.
O site do projeto, o vireapagina.com.br. Ele também fornece orientações sobre os tipos de violência, estatísticas e canais para denúncia.
Repórter Alexandra Fernandes