Os esportes adaptados para pessoas com deficiência tem uma história recente, mas já marcaram a vida de quem resolve se dedicar a eles. Confira agora a primeira reportagem da série Esporte PARA Todos.
Nota retorno:
E amanhã na segunda reportagem da série Esporte PARA Todos você vai conhecer o panorama do paradesporto no Brasil atualmente.
Há cerca de 2mil e 800 anos, na Grécia antiga, surgiram os Jogos Olímpicos, um festival religioso e atlético que acontecia a cada 4 anos no santuário de Zeus em Olímpia. Enquanto a história dos esportes se confunde com a história da própria civilização a história do paradesporto começou a ser escrita a menos de 100 anos. Foi só em 1948 que aconteceu a primeira competição esportiva para pessoas com deficiência. O médico neurologista Ludwig (Ludvig) Guttmann que trabalhava com reabilitação de veteranos de guerra testou adaptações de basquete, tiro com arco, dardos e bilhar. Com os resultados positivos criou uma competição exclusiva para portadores de deficiência. Em 1960, foram realizados os primeiros Jogos Paralímpicos na cidade de Roma, com 400 atletas de 26 países
Aqui no Brasil os dois primeiros clubes para pessoas com deficiência abriram em 1958, o Clube dos Paraplégicos, em São Paulo e o Clube do Otimismo, no Rio de janeiro. Na década de 60 surgiram várias instituições que ajudaram o desenvolvimento das modalidades e, em 1972, o Brasil estreou nos jogos Paralímpicos, na cidade de Heidelberg (Raidelberg), na Alemanha. Esse também foi o primeiro ano em que competiram atletas amputados e deficientes visuais.
Aqui no Estado, uma das instituições pioneiras do paradesporto foi a Associação dos Deficientes Físicos do Paraná, como conta o técnico de bocha paralímpica Darlan Ciesielski (Tichelski).
Uma das atletas que fizeram parte dessa história foi a nadadora paranaense Ana Berthier (bertiê). Ela teve paralisia infantil e o médico indicou a natação para exercitar o corpo. Logo em seguida ela começou a competir. Entre 82 e 94 ela representou o Brasil em 4 mundiais, onde bateu dois recordes; uma paralimpíada, um panamericano do qual trouxe 3 medalhas de ouro, 2 de prata e 1 de bronze, uma travessia do Mar del Plata, na Argentina em que ficou em terceiro lugar. A nadadora relembra o sentimento destas conquistas.
O técnico Darlan Ciesielski (Tichelski) também lembrou que não apenas os atletas fazem parte desta história, mas também os profissionais que trabalham para que eles possam se desenvolver. Ele considerou que apesar das conquistas dos últimos anos, o paradesporte ainda tem um grande caminho a percorrer.
Repórter Amanda Yargas