Governo autorizou a antecipação da formatura de estudantes de áreas da saúde, mas as universidades, que tem autonomia sobre a grade curricular, se posicionam contra a decisão. Com isso estudantes do último período buscam na justiça o direito de ajudar a população durante a pandemia. Os detalhes na reportagem de Amanda Yargas.
Os profissionais da área da saúde estão entre os grupos de pessoas mais afetadas pela Covid-19 por estar em contato constante com os pacientes. Aproximadamente 17% dos médicos paranaenses têm idade acima de 60 anos, segundo um estudo da Universidade de São Paulo. E o Paraná ainda é o estado do Sul com menos médicos proporcionalmente ao número de habitantes, situação que se agrava nas cidades do interior. Nessa quarta-feira, o governo federal editou uma medida provisória que permite às universidades anteciparem a formatura de estudantes de medicina, enfermagem, fisioterapia e farmácia que já tiverem cumprido ao menos 75% das atividades práticas. No entanto a medida não torna a antecipação obrigatória, como explica o advogado Luiz Felipe França.
O caso ainda é mais complexo em relação às universidades privadas.
A estudante de medicina Camila Ribeiro vai pedir o adiantamento na justiça, já que a universidade particular em que estuda já avisou que não vai acatar a MP. Segundo a aluna, as atividades práticas que ela ainda precisa cumprir foram suspensas.
A estudante também ressalta que isto contribuiria para as finanças das famílias dos estudantes, que sofrem com a crise.
No Paraná, só nos cursos de medicina são cerca de 200 estudantes que estariam aptos a receber o título de forma antecipada. A estudante Camila Ribeiro defende que a formação destes alunos iria ajudar a atender os pacientes menos graves, liberando os médicos com mais experiência para os atendimentos mais complexos. Ela conta qual o sentimento de ter o conhecimento necessário para ajudar durante uma crise destas proporções, mas estar de mãos atadas.
Repórter Amanda Yargas