Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Famílias denunciam agressões físicas e psicológicas e falta de médicos para presos com covid-19 no PR

Por Jornalismo. Publicado em 09/11/2020 às 18:33.

Manifestação pede por atendimento à saúde de presos contra covid-19, retorno às visitas familiares e denuncia agressões em penitenciárias do Paraná.

Foto: Divulgação

Familiares de presos se reuniram nesta segunda-feira em frente ao Palácio Iguaçu para reivindicar o retorno às visitas em penitenciárias do estado. Segundo as famílias, desde o início da pandemia os presos estão sem contato com quem está do lado de fora, mas advogados que tiveram acesso aos detentos tem cartas em que eles relatam tratamento desumano. A reportagem teve acesso às cartas e segundo os relatos, há agressões físicas e psicológicas, os presos que apresentam sintomas de covid-19 são colocados em uma ala separada mas não recebem atendimento médico e a alimentação é insuficiente e algumas vezes insalubre. “Aqui fazemos um pedido pelas nossas vidas que estão sendo banalizadas dentro do sistema carcerário” diz uma das cartas. 

O movimento também alega que a contaminação dos presos se deu por meio dos próprios agentes penitenciários. Segundo os manifestantes, os agentes tem fotos nas redes sociais em que participam de festas com aglomeração e sem máscara. 

A diarista Franciele Barbosa Cordeiro, de Curitiba, é esposa de um preso e conta que o sentimento é de revolta com a situação.

SONORA

Para Jaqueline Oliveira Alexandre, que é de Foz do Iguaçu, a situação pune além dos presos além da medida de seus crimes, também às famílias, mães, esposas e irmãs que sofrem ao ver o descaso e a negligência com seus parentes presos.

SONORA

Os parentes pedem também de forma urgente o retorno ao recolhimento das cestas de comida, compradas pelas famílias e que era entregue aos presidiários como reforço na alimentação. Segundo os manifestantes, com a pandemia, o recebimento mudou e as cestas passaram a ser deixadas no correio. Os familiares devem arcar com a guarda delas até que os agentes façam o recolhimento, algo que chega a custar cerca de 100 reais e torna o sistema inviável para famílias mais carentes. 

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, não se posicionou sobre as denúncias e pedidos até o encerramento desta reportagem.

 

Amanda Yargas