Vagas no Ensino Médio noturno para 2020 são o centro da discussão entre o Sindicato dos Servidores da Educação e a Secretaria de Estado da Educação. Os funcionários das escolas dizem que a decisão do governo compromete a continuidade das turmas no período da noite. Já o estado defende que não. Agora o Ministério Público entrou no caso. Vamos entender melhor essa situação na reportagem de Amanda Yargas.
Foto: Hedeson Alves/AEN
Os professores e funcionários da educação entram em greve na próxima segunda-feira. Uma das discussões da categoria é sobre a oferta do ensino médio no período da noite. Renan Campagnoli, diretor de planejamento e gestão escolar da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, afirma que o que está acontecendo é um remanejamento das vagas para atender a demanda de alunos e melhorar o aprendizado.
Só que ao contrário do que afirma o gestor, o presidente da APP Sindicato, Hermes Silva Leão, disse que essa decisão está sendo tomada sem consultar as escolas, que enfrentam dificuldades com a aprovação de turmas noturnas para o próximo ano, principalmente de 1º ano.
Segundo o presidente do sindicato, sem as turmas de primeiro ano, o ensino médio noturno acaba em dois anos, período que leva para encerrar as turmas já em andamento.
É o que está acontecendo no Colégio Estadual do Campo Alto Alegre do Iguaçu, em Capitão Leônidas Marques. Segundo o diretor do colégio, Altair Arestides Canal, o colégio oferta o Ensino médio a noite desde a sua criação, em 1983. Mas para 2020, a turma do primeiro ano já foi alterada para o horário manhã, mesmo contra os pedidos da comunidade escolar.
Segundo o diretor da escola é necessário levar em conta a realidade da comunidade. Além de o prédio ser usado pela escola municipal no período da manhã, o que traz problemas de espaço, ele teme pela desistência de muitos alunos em estudar, que precisam trabalhar durante o dia.
A deputada Luciana Rafagnin (PT) apresentou um pedido de esclarecimento ao secretário de Estado da Educação e do Esporte, Renato Féder. A Secretaria lançou nota oficial dizendo que “ fim do ensino médio noturno é fake news ”. Renan Compagnoli afirmou que só de primeiro ano no período da noite serão cerca 20 mil vagas para 2020 e que elas serão destinadas onde há necessidade, principalmente para atender os alunos que trabalham.
Com a polêmica o Ministério Público abriu Processo administrativo para investigar o caso e determinar quais as providências serão tomadas.
Repórter Amanda Yargas