Foto: SETI
Iniciativa liderada pela Unicentro e o Instituto para Pesquisa do Câncer investiga marcadores genéticos e abre caminho para a medicina personalizada no SUS. O Genomas Paraná busca identificar marcadores genéticos associados a doenças prevalentes na população, abrindo caminho para a medicina de precisão
Por Flávia Consoli
O projeto Genomas Paraná, que conta com investimento superior a R$ 6 milhões do Governo do Estado, acaba de apresentar os primeiros resultados do sequenciamento genético feito em Guarapuava. Desde novembro, foram analisadas 1.242 amostras biológicas, parte de um total previsto de mais de 3 mil fornecidas por voluntários da cidade. A pesquisa, coordenada pela Unicentro em parceria com o Instituto para Pesquisa do Câncer de Guarapuava, tem como objetivo identificar marcadores genéticos ligados a doenças comuns na população, permitindo avanços significativos na medicina preventiva e no tratamento personalizado. O coordenador do projeto, professor David Livingstone Figueiredo, da Unicentro, explica a importancia desses dados no desenvolvimento de estratégias de saúde
SONORA
A coleta acontece em duas frentes: uma aleatória, ainda em andamento, com maiores de 18 anos, e outra voluntária — já encerrada — que englobou diferentes perfis, incluindo idosos com mais de 80 anos indicados pela Secretaria de Saúde. Além das amostras de sangue, saliva e fezes, os participantes responderam a um extenso questionário com mais de 300 perguntas epidemiológicas. Todo o material é analisado com tecnologia de ponta, capaz de processar até 96 amostras ao mesmo tempo. Para o reitor da Unicentro, Fábio Hernandes, o projeto marca um divisor de águas na medicina pública brasileira
SONORA
Além da continuidade da coleta, com a meta de alcançar 4 mil amostras até o fim do ano, o projeto agora também se conecta ao sistema público de saúde. Foi inaugurado em Guarapuava o Centro Âncora do Projeto Genomas SUS, parte do Genomas Brasil, iniciativa do Ministério da Saúde. A instalação foi possível graças ao protagonismo paranaense, como reforçou o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona
SONORA
O novo centro será responsável por coletar amostras, realizar o sequenciamento genético e interpretar os resultados que poderão ser integrados diretamente à rede de saúde pública, beneficiando pacientes de todo o país.