Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Guerra na Ucrânia faz disparar preços de matérias-primas, fertilizante e petróleo; economista prevê alta na inflação

Por Comunicação. Publicado em 03/03/2022 às 13:20.

Alta nos preços afeta diversas cadeias e  irá impactar diretamente na qualidade de vida do trabalhador brasileiro, que já se vê sufocado com a perda do poder de compra.

Por Fernanda Nardo

A continuidade da guerra na Ucrânia deve resultar no aumento dos preços de matérias-primas e indica que essa alta vai impactar diretamente no bolso do consumidor. Na última terça-feira  o preço do trigo subiu 8,91%, o que impacta diretamente na cadeia de produtos que utilizam este alimento, como o pãozinho diário. Enquanto o milho avançou 6,06%, o que irá refletir no preço das carnes para o consumidor final, o preço do barril de petróleo superou a barreira dos US$ 110. A disparada do petróleo coloca mais pressão sobre os preços dos combustíveis no Brasil, já que a Petrobras tem uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço no mercado internacional e pelo câmbio. De acordo com o professor do Departamento de Economia da UFPR, Marcelo Curado, levando em consideração todos esses fatores, a tendência é de uma inflação ainda mais alta para este ano, tornando a vida do trabalhador brasileiro ainda mais difícil.

SONORA

Outra preocupação é a dependência do Brasil da importação de fertilizantes. Cerca de 85% do fertilizante usado em território nacional é importado de outros países, entre eles, Rússia. Segundo o chefe do Departamento de Economia Rural do Paraná (DERAL), Salatiel Turra, se a guerra for longa, pode haver problemas no plantio da próxima safra e o consumidor final será impactado.

SONORA

Com o cenário de crise, o governo federal anunciou ontem que pretende acelerar a criação do plano nacional de fertilizantes, a fim de reduzir a dependência de importação. O plano deve ser anunciado entre os dias 20 e 29 deste mês, através de uma ação que vai envolver oito ministérios, além da iniciativa privada, segundo o Ministério da Agricultura.