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Janeiro roxo conscientiza brasileiros sobre a hanseníase

Por Jornalismo. Publicado em 17/01/2020 às 11:28. Atualizado em 29/01/2020 às 14:37.

O Brasil está em segundo lugar no mundo em número de pessoas infectadas com hanseníase. Por isso janeiro é o mês escolhido para campanhas de conscientização sobre a doença. Confira na reportagem de Amanda Yargas.

 

Foto: divulgação

 

 

 

A cada ano, 30 mil novas pessoas são infectadas com hanseníase no Brasil. E mesmo assim, os doentes ainda enfrentam desafios com a falta de informação e com preconceito. Desde 2003 os casos vinham diminuindo no país, mas há 3 anos o número de casos voltou a subir e seguiu assim. Mas o que realmente aconteceu foi que o SUS passou a capacitar médicos para identificar e diagnosticar a doença, que tinha sido deixada de lado até nos cursos de medicina. Por isso, desde 2016, a cor roxa representa a época de campanhas educativas sobre a doença, que acontece em janeiro. A dermatologista Laila de Laguiche, fundadora do Instituto Aliança contra Hanseníase, explicou porque é necessário um mês de conscientização sobre essa enfermidade.

A hanseníase acompanha a humanidade há centenas de anos. No passado era conhecida como lepra e não se sabia como evitar o contágio nem como se tratar os infectados e as pessoas eram excluídas da sociedade e tratadas de forma estigmatizada. A hanseníase é causada por uma bactéria que ataca os nervos, principalmente das mãos e dos pés, e manchas brancas ou avermelhadas na pele, com perda de sensibilidade no local, como se aquela parte estivesse anestesiada. Com o tempo, o dano nos nervos se agrava e provoca deformidades e incapacidade física. Porém se o diagnóstico e o tratamento forem feitos já na fase inicial, o paciente para de transmitir a doença e não corre o risco de desenvolver sequelas. A dermatologista Laila de Laguiche contou quais os principais mitos relacionados à doença.

O contágio da hanseníase acontece pelo ar, quando a pessoa infectada não está sendo tratada e outra pessoa vulnerável respira muito próximo a ela, como com uma gripe. A bactéria tem um período de incubação que pode durar desde alguns meses até vários anos. Como a hanseníase muitas vezes é confundida com outros tipos de problemas de pele, o paciente pode levar bastante tempo para ser diagnosticado, o que aumenta o risco de danos neurais, que são irreversíveis, e de infectar outras pessoas. O tratamento dura 6 meses a um ano e depende do estágio da doença e está disponível nas unidades básicas de saúde. Mas o paciente não deve desistir, para não correr riscos de complicações. O mais importante é lembrar que, com o tratamento, qualquer pessoa com hanseníase pode ter uma vida normal e que não oferece risco a outras pessoas.

Repórter Amanda Yargas