Ministério Público do Paraná aponta crescimento de mortes de civis em confronto com forças policiais no Estado em 2020. Análise aponta influência da pandemia e do discurso armamentista que toma conta do país.
O Paraná registrou 380 mortes em confronto com policiais civis e militares e guardas municipais em 2020, de acordo com dados divulgados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual do Paraná. No primeiro semestre do ano passado, foram 184 mortes. Já no segundo semestre, foram 196 mortes no total. O ano de 2020 teve 73 mortes a mais do que em 2019, quando 307 pessoas morreram em confrontos policiais, um aumento de 23,8%.
O coordenador estadual do Gaeco, procurador de Justiça Leonir Batisti, analisa que os números cresceram com o início da pandemia de covid-19.
SONORA
O controle das mortes em confrontos policiais pelo Gaeco faz parte de estratégia institucional de atuação do MP com o objetivo de contribuir para diminuir a letalidade das abordagens conduzidas pela polícia. Segundo o Ministério Público, a iniciativa é constantemente discutida com representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar.
As cidades que aparecem com o maior número de mortes em confrontos com policiais em 2020 são: Curitiba, com 101 mortes, e Londrina, com 58 mortes.
Para advogada criminalista e especialista em direito penal e processo penal e mestre em direito, Camila Martins, independente da pandemia, a violência em confrontos policiais vem aumentando nos últimos anos.
SONORA
Para ela, a pandemia de uma maneira geral trouxe mais violência para a sociedade.
SONORA
Martins também afirma que considera o Paraná um estado violento que acompanha a realidade de outros estados brasileiros.
SONORA
Repórter Juliana Sartori