O Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária é marcado por solidariedade, respeito à vida e empoderamento social por meio da educação.
Desde o início da pandemia, O Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já doou 553 toneladas de alimentos com mais de 50 variedades de produtos no Paraná. Na capital e Região Metropolitana, ainda foram distribuídas 52 mil marmitas, uma média de 700 a mil refeições por semana. As doações são destinadas a pessoas em situação de rua ou trabalhadores urbanos em vulnerabilidade.
O balanço ainda não contabiliza as doações deste fim de semana, com participação de assentamentos e acampamentos em 14 cidades paranaenses, sendo o dia 17 de abril uma das datas mais representativas para o movimento e que todos os anos conta com ações solidárias e manifestações por todo o país, como explica Armelindo Rosa da Maia, produtor agroecológico do assentamento Valmir Mota, de Cascavel, no Oeste do Paraná, integrante da coordenação estadual do MST.
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E a contribuição do MST vai além das doações. Para se ter uma ideia, segundo um levantamento do Dieese, a variação anual do preço do arroz no Paraná em 2020 foi de mais de 65%. O Movimento Sem Terra é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, uma safra anual de mais de 12 mil toneladas. E durante a pandemia, manteve a postura de oferecer um preço justo. Por um lado, a remuneração dos trabalhadores é maior do que a média do setor, por outro, o valor de venda é acessível ao consumidor final. Quando o arroz teve aumento exponencial de preço em setembro do ano passado, a procura pelo produto do MST, vendido como arroz Terra Viva chegou a crescer 30% em uma única semana.
A produção orgânica, ou seja, sem agrotóxicos, faz parte de uma relação diferenciada com a terra e com a saúde, como explica Bruna Zimpel, acampada na comunidade Terra Livre, em Clevelândia, no sudoeste do Paraná, integrante da direção estadual do MST.
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Desde a fundação da primeira escola do MST há 34 anos, o movimento já construiu mais de 2 mil escolas públicas em acampamentos e assentamentos, alfabetizando e gerando autonomia de pensamento para mais de 200 mil pessoas no país. Jones de Lima é coordenador pedagógico da Escola Itinerante Caminhos do Saber, no Acampamento Maila Sabrina, em Ortigueira, nos Campos Gerais. Ele lembra que a educação vai além da escola e encontra espaços de formação em toda a comunidade.
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Os produtos do MST são vendidos em mercados, feiras e também por meio da entrega de cestas. Cada cidade ou cooperativa tem sua organização própria. Para saber sobre sua localidade acesse mst.org.br.
Amanda Yargas