
A psiquiatra é pioneira da terapia ocupacional e mudou os rumos dos tratamentos psiquiátricos no Brasil; aprovada pelo senado a proposta segue para sanção presidencial.
Por Fernanda Nardo
Esta é a um trecho da fala da psiquiatra alagoana Nise da Silveira no documentário Posfácil – Imagens do Inconsciente, de Leon Hirszman. Nise deve ter o seu nome incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Ela é pioneira da terapia ocupacional e mudou os rumos dos tratamentos psiquiátricos no Brasil, que eram conduzidos por meio de isolamento em hospícios. Ao ser reconhecida pelo pai da Psicologia Analítica, Carl Jung, o trabalho de Nise obteve alcance internacional. Ao começar a atuar, na década de 40, Nise se rebelou contra os métodos manicomiais então aplicados a pacientes com transtornos mentais, como o eletrochoque, a lobotomia e o confinamento. O contato com gatos e cães foi outro tratamento introduzido por ela no Brasil. O projeto para incluir no nome da psiquiatra no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é de autoria da deputada Jandira Feghali, do PCdoB do Rio de Janeiro, e foi aprovado pelo Senado. A relatora da homenagem, Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, destacou os métodos humanísticos implantados por Nise da Silveira.
SONORA
Nise da Silveira, foi uma das primeiras a falar em desinstitucionalização dos manicômios no Brasil, publicou dez livros e escreveu uma série de artigos científicos que muito contribuíram para os estudos de psiquiatria. A psiquiatra morreu no Rio de Janeiro em 1999, aos 94 anos.