
Estado se destaca no cenário nacional com uso de tecnologia, aumento na fiscalização e políticas públicas de proteção ambiental; resultado reforça compromisso com a preservação
Por Flávia Consoli
O Paraná registrou uma das maiores quedas no desmatamento ilegal da Mata Atlântica entre 2023 e 2024, com redução de 64%. Segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, elaborado pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a área suprimida passou de 633 para 226 hectares — o equivalente a cerca de 420 campos de futebol. Esse desempenho coloca o estado em terceiro lugar no ranking nacional de preservação, atrás apenas do Rio Grande do Norte e da Paraíba. A média brasileira de redução foi de apenas 2%. A melhora é atribuída a uma combinação de tecnologia, fiscalização rigorosa e políticas públicas. De acordo com o Instituto Água e Terra (IAT), o número de autos de infração por crimes contra a flora aumentou 65% desde 2021, e o valor das multas aplicadas subiu 70%, ultrapassando os R$ 134 milhões em 2024. Toda a arrecadação é direcionada ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. Luciana Ricci Salomoni, advogada ambientalista, integrante da rede LACLIMA e mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela UFPR fala sobre a importância do bioma e como o Paraná tem trabalhado pela preservação
SONORA
A fiscalização conta com imagens de satélite fornecidas por plataformas como Mapbiomas, Sentinel-2 e Google Earth Pro. Os alertas são processados pelo Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI), que subsidia ações em campo. Entre as ferramentas implementadas, está o Sistema de Fiscalização e Controle Ambiental (Fica), previsto para 2025. Ele promete integrar dados em tempo real, facilitar a aplicação de autuações via dispositivos móveis e gerar relatórios preditivos para ações preventivas. Além disso, o estado promove ações de educação ambiental, como a formação de brigadistas voluntários e distribuição de mudas por meio dos viveiros do IAT. No primeiro trimestre de 2025, mais de meio milhão de mudas nativas foram distribuídas. Para denunciar crimes ambientais a população pode acionar o Batalhão Ambiental: Disque-Denúncia 181 e o Instituto Água e Terra: Fale Conosco e Ouvidoria disponíveis no site oficial ou nos escritórios regionais.