A população de onças pintadas cresceu no Parque Nacional do Iguaçu e é a maior dos últimos 10 anos. Os dados são de um projeto de preservação que atua em parceria com os produtores locais. Acompanhe na reportagem de Amanda Yargas.
Foto: Projeto Onças do Iguaçu/ Divulgação
Um censo feito em parceria entre Brasil e Argentina calcula que haja cerca de 105 onças-pintadas no chamado Corredor Verde entre os dois países, região que inclui os parques das Cataratas do Iguaçu. Há dez anos, quando foi feito o primeiro levantamento conjunto, a estimativa contava 80 animais. O aumento se deve a medidas de proteção adotadas desde então e mostra que todo o ecossistema da região está mais saudável, segundo a coordenadora-executiva do projeto Onças do Iguaçu, Yara Barros.
Os parques nacionais dos dois países formam a maior área protegida contínua no centro-sul do continente e abrigam também outras espécies vulneráveis ou ameaçadas de extinção, como o jacaré-de-papo-amarelo e o puma. O censo leva de três a quatro meses e cobre uma área de quase 6.mil km2 , um terço dela no Brasil.
O trabalho é feito com câmeras de monitoramento e a captura de animais, que recebem colares eletrônicos para acompanhamento. Entre as 105 onças identificadas agora, 28 foram contabilizadas no lado brasileiro. Quando o projeto começou o número era alarmante: apenas 11 desses felinos no lado de cá da fronteira. As onças estavam ameaçadas por caçadores e por proprietários rurais que matavam os animais como resposta ou para prevenir ataques em rebanhos. De acordo com a coordenadora-executiva do Onças do Iguaçu, um dos focos do projeto foi justamente a interação pacífica com os agropecuaristas da região.
O projeto também adota alguns produtores no regime de cooperação para a preservação da espécie. Com isso os produtos ganham o selo da onça, como explica Yara Barros.
Repórter Amanda Yargas