Quase 40 milhões de crianças não vacinadas estão suscetíveis à crescente ameaça de sarampo, aponta relatório.
Informações com Fernanda Nardo
O número de crianças vacinadas contra o sarampo vem diminuindo desde o início da pandemia de Covid-19. Em 2021, um recorde de quase 40 milhões perderam uma dose da vacina. A informação foi divulgada em conjunto pela Organização Mundial da Saúde, OMS, e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, CDC. Esse declínio é um revés significativo no progresso global para alcançar e manter a eliminação do sarampo e deixa milhões de crianças suscetíveis à doença. Em 2021, houve cerca de 9 milhões de casos e 128 mil mortes por sarampo em todo o mundo. Além disso, 22 países experimentaram grandes surtos. A publicação alerta uma ameaça iminente em todas as regiões do mundo. Entre as causas estão a diminuição na cobertura vacinal, vigilância enfraquecida do sarampo e interrupções e atrasos contínuos nas atividades de imunização devido ao Covid-19, assim como grandes surtos persistentes em 2022. Segundo o comunicado, a situação é grave: o sarampo é um dos vírus humanos mais contagiosos, mas é quase totalmente evitável por meio da vacinação. É necessária uma cobertura de 95% ou mais de 2 doses de vacina contra o sarampo para criar imunidade coletiva a fim de proteger as comunidades e alcançar e manter a eliminação da doença. Entretanto, o mundo está bem abaixo disso, com apenas 81% das crianças recebendo a primeira dose de vacina e apenas 71% recebendo a segunda dose. Estas são as taxas de cobertura global mais baixas da primeira dose de vacinação contra o sarampo desde 2008, embora a cobertura varie de acordo com o país. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, até julho, 47,08% das crianças receberam o imunizante neste ano, sendo que a meta de cobertura vacinal é 95%.