Dos resgatados, cinco eram crianças e adolescentes e seis, trabalhadoras domésticas – uma delas, no serviço desde os nove anos; “Operação Resgate 2” ocorre em 23 unidades da federação, inclusive, no Paraná.
Por Fernanda Nardo
Uma megaoperação resgatou 337 pessoas de condições análogas às de escravo. Foram 105 ações de fiscalização, envolvendo 50 equipes em pelo menos 65 municípios de 23 unidades da federação, inclusive, no Paraná. Dos resgatados, cinco eram crianças e adolescentes e seis, trabalhadoras domésticas – uma delas, no serviço desde os nove anos. Com estes números de julho, o total de resgatados em 2022 já é de 1.124 trabalhadores e trabalhadoras. Goiás e Minas Gerais foram os estados com mais pessoas resgatadas na operação conjunta deste mês. A Procuradora do Trabalho, Cibelle Costa de Faria, a operação no Paraná começou no dia 25 deste mês e ainda continua, e não houve resgate de trabalhadores.
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As atividades econômicas com maior quantidade de resgate no meio rural foram serviços de colheita em geral, cultivo de café e criação de bovinos. No meio urbano, chamaram a atenção os resgates ocorridos em uma clínica de reabilitação de dependentes químicos e os casos de trabalho doméstico. A Operação Resgate 2 escolheu o mês de julho para a ação, pois é celebrado o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas no próximo sábado (30). Pelo menos 149 dos 337 resgatados também foram vítimas do tráfico de pessoas, entre eles quatro migrantes paraguaios e venezuelanos. Os números podem subir porque ainda há ações de andamento. A procuradora destaca a interligação direta entre trabalho escravo contemporâneo e tráfico de pessoas.
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Além dos resgates, a operação tem o objetivo de fiscalizar o cumprimento da proteção ao trabalho e responsabilizar, na esfera criminal, os responsáveis pela exploração dos trabalhadores. Os empregadores envolvidos terão que pagar R$ 3,82 milhões em verbas rescisórias e direitos devidos aos trabalhadores, que também vão receber três parcelas de um salário mínimo do seguro-desemprego especial para resgatados da escravidão, criado em 2003. A operação está sendo considerada a maior para o combate ao crime na história do país, devido a estrutura envolvida que conta com a colaboração de diversos órgãos e a diversidade de ações, pontua a Procuradora do Trabalho. .
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As denúncias de trabalho análogo ao escravo podem ser feitas de forma remota e sigilosa no site: ipe.sit.trabalho.gov.br ou pelo Disque 100 .