O Paraná entrou para a lista de estados que realizam o transplante de pulmão, depois de uma cirurgia bem sucedida realizada em um hospital de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. O órgão é bastante delicado e por isso apenas outros 5 centros no Brasil estão habilitados para o procedimento. A reportagem é de Amanda Yargas.
Foto: divulgação
Reinaldo Ferreira de Goes, de 57 anos, é um pedreiro que vive na cidade da Lapa na região de Curitiba e já não podia mais trabalhar há dois anos, por precisar de oxigênio suplementar para conseguir respirar. Agora Reinaldo se recupera do primeiro transplante de pulmão realizado no Paraná. Ele vai passar por um acompanhamento pós cirúrgico de cerca de 20 dias e ainda está na UTI, mas já respira sem ajuda. O órgão foi transportado de helicóptero de Foz do Iguaçu até o hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul onde foi realizado o procedimento. O cirurgião torácico Frederico Barth, responsável técnico do Serviço de Transplante Pulmonar do hospital disse que esse é um momento histórico.
A equipe médica que realizou a cirurgia é composta por 7 pessoas. Há ainda outros 7 profissionais envolvidos, das áreas de enfermagem, fisioterapia, assistência social, nutrição e psicologia.
Segundo o cirurgião Frederico Barth, ter uma equipe com esse grau de especialidade contribui para o atendimento de saúde como um todo.
No Brasil, apenas outros 5 centros realizam esse tipo de transplante. São dois hospitais em Porto Alegre, um em São Paulo capital e outro na cidade de São José do Rio Preto e o último em Fortaleza, no Ceará.
O transplante de pulmão é delicado porque o órgão tem contato com fatores externos ao corpo e é bastante vulnerável a infecções. Além disso, ele também precisa ter compatibilidade de tamanho e não pode apresentar lesões. Reinaldo de Goes, era um dos dez pacientes que estão na fila de espera de um pulmão em condições adequadas para o procedimento. Aqui no Brasil, a doação de órgãos deve ser autorizada pela família e o cirurgião Frederico Barth lembra que cada doador pode salvar de 8 a 10 vidas.
Repórter Amanda Yargas