Segundo dados do IBGE, o índice de analfabetismo na região sul do país tem se mantido estável nos últimos três anos. Porém, a diferença entre os estado é grande. Enquanto Santa Catarina tem o segundo menor índice do país, o Paraná tem a sexta maior taxa de analfabetismo do Brasil.
Foto: Agência Brasil
Dia 8 de setembro foi o Dia Internacional da Alfabetização. A data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) vem para incentivar o letramento da população. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Educação de 2018, divulgada em junho deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região sul do país tem a segunda menor taxa de analfabetismo, de 3,6% enquanto no Brasil o índice chega a 6,8%. Os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul conseguiram atingir a meta de redução das taxas e entre 2016 e 2018. Porém na contramão, o Paraná teve um aumento no número de pessoas analfabetas na faixa de 15 anos ou mais, passando de 401.510 para 454.491. Um acréscimo de 13,47%. Além disso, o estado foi o único da federação a registrar dois aumentos consecutivos dessa taxa, que passou de 4,5% para 4,6% e mais recentemente alcançou 5,0%. De acordo com o Raph Gomes Alves, superintendente da Secretaria da Educação do Paraná, os dados são alarmantes e fizeram com que a secretaria criasse novas políticas públicas.
O governo avalia que a grande lacuna é na educação básica. A evasão escolar seria uma das causas para o analfabetismo. A questão é que há uma divisão. O atendimento das séries iniciais é de responsabilidade dos municípios. Segundo o superintendente, diante dos índices crescentes, a secretaria estadual de educação decidiu criar um programa de articulação pedagógica, chamado “Educa Juntos”.
Por outro lado, o estado de Santa Catarina tem a segunda menor taxa de analfabetismo do país, de 2,5%, são 143 mil pessoas nessa condição. Para a Coordenadora da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina, Flávia Althof , a diminuição dos íncides está ligada as políticas públicas para evitar a evasão, com controle efetivo das faltas dos alunos em um sistema de computador. Outro fator é a educação de jovens e adultos. São mais de 30 mil estudantes nesta condição. E o projeto se estabelece que os centros de educação sejam o mais próximo possível, da casa dos alunos.
Já o Rio Grande do Sul apresenta taxa de 3,0% de analfabetismo em 2018. A taxa em 2016, quando o IBGE começou a pesquisa, era de 3,2%. Hoje são 281 mil pessoas com mais de 15 anos que não sabem ler e nem escrever no estado gaúcho.
A pesquisa releva ainda que o analfabetismo no Brasil está diretamente associado à idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. A especialista em pareceres pedagógicos da Editora Aprende Brasil, Rita Schane, aponta que o analfabetismo é um problema social, e a modalidade EJA veio com a intenção de temporária, acabou se tornando fixa.
Considera-se analfabeto qualquer pessoa que não conheça o alfabeto ou que não saiba ler e escrever. A taxa de analfabetismo medida pelo IBGE é o porcentual de pessoas que não sabem ler e escrever pelo menos um bilhete simples, no idioma que conhecem. O país reduziu a analfabetização, mas não na velocidade esperada: ainda não alcançou a meta do Plano Nacional de Educação para 2015, que era baixar o índice para 6,5%, a fim de erradicar o analfabetismo até 2024.
Repórter Alexandra Fernandes