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Pesquisa confirma que cotistas da UFPR se formam com o mesmo rendimento de seus colegas

Por Juliana Sartori. Publicado em 05/06/2025 às 14:47.

Uma pesquisa da UFPR comprova: estudantes cotistas têm o mesmo rendimento acadêmico que os não cotistas. O estudo, conduzido pelo professor Emerson Cervi, analisou dados de 2015 a 2019 e mostra que, apesar de partirem de realidades desiguais, os cotistas alcançam desempenho equivalente durante a graduação. Mas ainda há desafios na permanência desses alunos. Saiba mais com Gustavo Beghetto Dias.

Em vigor desde 2012, a Lei de Cotas visa proporcionar um acesso mais democrático às universidades públicas brasileiras, reservando 50% das vagas para estudantes de escolas públicas, com foco em alunos de famílias de baixa-renda, ou autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. Através destes recortes socioeconômicos, ela garante que estudantes que antes tinham chances reduzidas de aprovação nos vestibulares possam disputar vaga com concorrentes em situação semelhante à sua.

Com o objetivo de avaliar a efetividade dessa política, o professor Emerson Cervi, do departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná, realizou o estudo “Aprovação no vestibular, trajetória, e desempenho na graduação de cotistas e não cotistas: uma análise de caso dos alunos da Universidade Federal do Paraná de 2015 a 2019”.

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O trabalho se baseia em dados oficiais, sociais e econômicos, dos vestibulandos de 2014 e estudantes da universidade entre 2015 e 2019, fornecidos pela própria UFPR. Com a análise e comparação deste material, ele chegou a uma conclusão muito importante: mesmo tendo desempenho abaixo da média na prova do vestibular, uma vez ingressos em seus cursos, os estudantes cotistas têm desempenho acadêmico equivalente ao dos que passaram pela concorrência geral.

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Esta desigualdade de formação é composta por fatores como a necessidade de se dividir entre estudo e trabalho, a qualidade da escola frequentada pelo estudante e, principalmente, a escolaridade da família. Segundo o professor Emerson, o nível de formação da mãe é um dos maiores influenciadores no desempenho acadêmico e no vestibular.

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Cervi ainda ressalta que, apesar da política de cotas estar sendo efetiva em relação a entrada dos estudantes nas Universidades, ainda é preciso melhorar as políticas de permanência para que estes alunos tenham condições de concluir seus cursos.

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Mais de dez anos após a promulgação da lei federal, o levantamento feito pelo professor mostra que a medida trouxe mudanças positivas para o Ensino Superior brasileiro, mesmo que ainda necessite de aperfeiçoamentos.

Produção e reportagem: Gustavo Beghetto Dias. Supervisão Maíra Gioia. Uma parceria Agência Escola UFPR e Aerp.