
Reconhecimento valoriza tradição produtiva, fortalece a economia local e amplia acesso a novos mercados. A certificação abrange 42 municípios do Sudoeste paranaense, onde a produção artesanal de queijo já é tradição desde os anos 1940
Por Flávia Consoli
O Paraná acaba de conquistar mais um importante selo de valorização regional: o queijo colonial do Sudoeste recebeu o registro de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP), concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). É o quinto IG conquistado apenas em 2025 pelo estado — reforçando a identidade agroalimentar e artesanal paranaense. Com o novo selo, o estado chega a 19 produtos reconhecidos nacionalmente, entre eles, a carne de onça e as broas de centeio de Curitiba, a cracóvia de Prudentópolis e o urucum de Paranacity. A certificação abrange 42 municípios do Sudoeste paranaense, onde a produção artesanal de queijo já é tradição desde os anos 1940. O reconhecimento promete agregar valor, atrair novos mercados e ampliar a renda de famílias rurais que fazem do queijo o seu sustento. Entre os parceiros estratégicos que contribuíram para que o registro se tornasse realidade, está o Sebrae/PR, que atuou desde o início do processo com suporte técnico, articulação e valorização cultural. Quem explica a importância do IG e o papel do órgão nessa conquista é Alyne Chicocki, consultora da instituição
🔊 SONORA 1 – Alyne Chicocki, consultora do Sebrae/PR
A Associação dos Produtores de Queijo Artesanal do Sudoeste do Paraná (Aprosud) reúne atualmente 18 produtores, responsáveis por cerca de 17 toneladas de queijo por mês. Para os produtores, o selo representa mais do que prestígio: ele reforça a importância do saber-fazer local, da continuidade das tradições e da permanência das famílias no campo. É o que destaca Angela Bach, produtora rural de Santa Izabel do Oeste
🔊 SONORA 2 – Angela Bach, produtora rural
O processo de conquista do IG teve apoio coletivo, envolvendo o Sebrae/PR, o IDR-Paraná (Iapar/Emater), a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, a UTFPR, a Cresol, prefeituras e produtores da região. Agora, todos os produtores da área geográfica que atenderem às exigências técnicas e forem fiscalizados poderão usar o selo da IG. Segundo o Deral/Seab, o Sudoeste é a maior bacia leiteira do Paraná, com cerca de 20 mil produtores e uma produção anual de 1 bilhão de litros. O IG reconhece também essa vocação regional, que atravessa gerações e fortalece o campo com identidade, sabor e tradição.