O documento “Horas Trabalhadas e Equilíbrio de Trabalho pelo Mundo” destaca, pela primeira vez, o impacto da pandemia no meio laboral e a conciliação entre vida profissional e pessoal.
Informações com Flávia Consoli
A Organização Internacional do Trabalho, OIT, apresentou a publicação nesta sexta-feira, em Genebra, enfatizando como novos regimes podem favorecer economias, empresas e trabalhadores. Os benefícios incluem uma maior produtividade e o melhor equilíbrio entre trabalho e vida privada. Contudo, o estudo ressalta também que uma parte substancial da força global trabalha muito acima ou abaixo do padrão laboral. Ao detalhar a série de efeitos da sobrecarga, o documento confirma que a Covid evidenciou o cenário. Apesar do controle da crise sanitária, as atenções se voltam para o que se considera pandemia não-declarada: a da saúde mental. A análise também detalha situações do Brasil. Segundo o diretor da OIT para o Brasil, Vinícius Pinheiro, mais de um terço dos trabalhadores no mundo atua acima de 48 horas semanais, um excesso que pode gerar problemas. Já o Brasil, está no meio entre economias com maiores e menores horas trabalhadas. Nos países mais desenvolvidos, como os escandinavos, são 35 horas de trabalho em média, por semana, devido à alta produtividade. China e Índia, têm o número de horas mais trabalhadas: são 49. O Brasil estaria em torno de 39 horas e meia. O diretor da OIT também cita ações em andamento em contexto brasileiro para abordar os efeitos do trabalho excessivo, como a promoção do janeiro branco, período em que se dá ênfase aos problemas da saúde mental e emocional.