
Petroleiros estão em greve em 11 estados contra o fechamento da fábrica de fertilizantes da Petrobrás no Paraná. E um vazamento de amônia que ocorreu no fim de semana reforçou a preocupação do Ministério Público do Trabalho com a segurança ambiental da unidade. As informações com a repórter Amanda Yargas.
Foto: Gibran Mendes
Nessa segunda-feira trabalhadores fizeram um ato em frente a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) em Araucária, na região Metropolitana de Curitiba. Os trabalhadores entraram em greve à zero hora de sábado em protesto contra a decisão da Petrobrás de fechar a Fabrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) com a demissão de mil funcionários. Essa fábrica também é de propriedade da empresa e os petroleiros estão paralisados em 20 bases operacionais localizadas em 11 estados. Segundo o movimento, a empresa estaria desrespeitando um Acordo Coletivo de Trabalho, que impede a demissão em massa.
No sábado, um vazamento de amônia na Fafen fez com que os funcionários tivessem que deixar a empresa. De acordo com o Sindiquímica, sindicato que atende a categoria dos trabalhadores da indústria de fertilizantes, o vazamento é consequência da paralisação de uma caldeira, determinada pela empresa como parte do processo de desligamento da unidade, como conta o coordenador geral da entidade, Santiago dos Santos.
Segundo o coordenador, as medidas tomadas diminuíram a intensidade do vazamento mas, para ser completamente contido é necessário um processo que não pode ser realizado sem os trabalhadores que se encontram em greve.
Na semana passada, o Ministério Público do Trabalho pediu um plano de fechamento que envolvesse as questões sociais e ambientais. Em entrevista a rede Aerp de notícias, a procuradora que cuida do caso, Cristiane Sbalqueiro Lopes já havia sinalizado uma preocupação com o vazamento de produtos químicos na unidade.
Além das mobilizações, a Comissão de Negociação Permanente da Federação Única dos Petroleiros ocupa a sala de reuniões da sede administrativa da Petrobrás, no Rio de Janeiro. O movimento pede a suspensão do fechamento da Fabrica de fertilizantes, o respeito ao acordo coletivo de trabalho e a retomada das negociações.
Em nota, a Petrobras informou que o sistema de segurança que tem a função de dissipação de gases foi acionado normalmente após o vazamento da amônia, que a situação está sob controle e não há riscos para as pessoas e o meio ambiente. A empresa repudiou o que chamou de abre aspas possíveis ações com potencial para causar danos à população fecha aspas. A Petrobras considerou ainda que o movimento grevista é injustificado. Segundo a empresa, as negociações seguem o curso normal dentro do previsto no Acordo Coletivo de Trabalho.
Repórter Amanda Yargas