Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Tomar hormônio sem orientação no processo transexualizador pode causar danos à saúde

Por Comunicação. Publicado em 28/10/2021 às 12:07.

Esse acompanhamento pode ser feito gratuitamente pelo CPATT, coordenado pelo Estado. Contudo, mais de 500 pessoas aguardam uma vaga atualmente e essa espera pode demorar três anos

 

Por Fernanda Nardo

O objetivo da terapia hormonal para pessoas trans, é o de adequar o carpo mais ao gênero com o qual ela se identifica. No entanto, muitos costumam optar por tomar os hormônios sem acompanhamento médico, e a principal razão para isso é a falta de acesso. No Paraná, existe o CPATT, Centro de Pesquisa e Atendimento para Travestis e Transexuais, que oferece acompanhamento médico e psicológico durante a transição, inclusive, a terapia hormonal. A enfermeira responsável pelo CPATT, Andressa Verchai de Lima, destaca que a hormonização deve ser individualizada e orientada por um médico, e que se esses medicamentos  forem usados em doses inadequadas, há risco de diversas complicações.

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Dentro do processo de transição de gênero, o paciente recebe atendimento multidisciplinar através do CPATT, composto por médicos, enfermeiros e psicólogos. A sede do centro fica em Curitiba, mas o atendimento é voltado para pessoas de todo o Estado. A porta de entrada para o serviço são as unidades de saúde. A fonoaudióloga, Mariana Cantarin, de 45 anos, moradora de Araucária, recebe atendimento especializado há três anos. Ela conta que apenas buscou as mudanças físicas para se adequar ao sentimento interno.

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Para Mariana, receber esse suporte multidisciplinar é fundamental no processo de transição, tanto fisicamente quanto emocionalmente. No entanto, ela lamenta a dificuldade no acesso a uma vaga no CPATT.

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O Centro de Pesquisa e Atendimento para Travestis e Transexuais do Estado iniciou os atendimentos em janeiro de 2014, e neste período, cerca de 870 pessoas já foram atendidas. Mais de 400 pacientes recebem atendimento atualmente pelo centro. Segundo Andressa, por se tratar de um ambulatório pequeno, que conta com uma equipe reduzida para acolher pacientes de todo o Estado, as vagas são limitadas. Atualmente existem mais de 500 pessoas aguardando por um atendimento, e a espera por uma vaga pode demorar até três anos.