Nos últimos anos, o Brasil tem encontrado dificuldades para cumprir as metas de vacinação, o que representa um risco à saúde pública
Flávia Consoli
Um estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que mais de 64% das cidades brasileiras estão lidando com a escassez de vacinas. Imunizantes contra doenças como catapora, covid-19 e meningite estão entre os que estão em falta. Nos últimos anos, o Brasil tem encontrado dificuldades para cumprir as metas de vacinação, o que representa um risco à saúde pública. O infectologista e professor de medicina Marcelo Ducroquet, explica a importância da imunização e ressalta que o planejamento da compra das doses é essencial para que não haja falta
SONORA
A falta de vacinas mais a disseminação de informações erradas e falsas sobre os imunizantes – chamada de “hesitação vacinal” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – também contribui para essa situação de baixa procura. A CNM analisou os dados por Unidade Federativa. Pela pesquisa, o Estado que possui a maior falta nos Municípios é Santa Catarina. Em seguida, estão Pernambuco, com e Paraná. Já no recorte por região, conforme a quantidade de Municípios participantes, o Sudeste apresentou 68,5% de falta de vacinas; o Sul, 65,1%; o Nordeste, 65,1%; o Centro-Oeste, 63%; e o Norte 42,9%. No início deste ano, a CNM divulgou estudo sobre as metas de coberturas vacinais de rotina nos últimos cinco anos nos Municípios. E elas não foram alcançadas em todo país, exceto a BCG em 2022. No ano passado, justamente a vacina contra a Meningocócica C teve cobertura abaixo da meta do Ministério, que é de pelo menos 95%. O engajamento da população em torno de informações com bases científicas que encorajaram a vacinação e a disponibilidade de vacinas nos municípios é essencial para a mudança desse cenário.