Quem mora no Paraná já pode consumir pinhão. A partir de hoje está liberada a venda das sementes da árvore típica da nossa região, que faz parte do cenário, das mesas e do coração dos paranaenses. Acompanhe na reportagem de Amanda Yargas.
A venda e a colheita do pinhão estão liberadas a partir desta quarta-feira no estado. O período é determinado pelo Instituto Ambiental do Paraná, com intuito de proteger as araucárias, árvores que só existem nesta região do mundo e estão ameaçadas de extinção, mas sem comprometer a geração de renda.
A recomendação é colher as sementes de pinhas caídas, o que evita quedas e também garante que o pinhão já está maduro. A venda e o consumo do pinhão verde é proibido, mesmo nesta época, porque ele possui alto teor de umidade, o que favorece a presença de fungos e pode até ser tóxico para os seres humanos. Se consumido, pode prejudicar a saúde com problemas como a má digestão, náuseas e até episódios de constipação intestinal.
O gerente de Monitoramento e Fiscalização do Instituto Água e Terra, Alvaro Cesar de Góes, explica que o pinhão precisa de quatro anos para completar seu amadurecimento e que as sementes viram fonte de alimento para uma série de animais, entre eles os humanos.
Uma destas receitas é a da família da aposentada Wanda Surek.
Para ela pinhão tem gosto de memórias da infância. Nascida no município de Rebouças, ela lembra quando, ainda criança, se reuniam embaixo das araucárias e preparavam a iguaria ali na roça mesmo.
Hoje dona Wanda tem 80 anos e, apesar de já ter saído do campo há muito tempo, o pinhão nunca saiu da sua mesa.
O amor dessa família pela árvore símbolo do Paraná e pelo sabor desta semente fez até com que o cão dos netos da dona Wanda ganhesse o nome de Pinhão. Além de ter a mesma cor das cascas, o bagunceiro Pinhão também aprova o gostinho característico da semente típica e pede mais um petisco.
Repórter Amanda Yargas