Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Plataformas e Mídias Sociais – Ameaça ou Oportunidade?

Por Comunicação. Publicado em 29/01/2019 às 12:28.

O avanço do digital é inegável e cada vez mais intenso a cada dia.

A tecnologia parece não ter limites: novos serviços, canais de entretenimento e informações surgem a todo o momento.

Serviços antes inimagináveis e com valores extremamente acessíveis seduzem legiões de novos consumidores, os quais muitas vezes, viabilizam novos negócios e oportunidades, ao mesmo tempo em que destroem outros.

Netflix acabou com as locadoras de vídeo e ameaça as TVs por assinatura.

YouTube – no Brasil – seus números de acessos são de milhares de milhões – seja num lançamento de uma música (Jeniffer- sucesso recente – já teve mais de 100.000.000 de visualizações) ou na busca de uma área de conhecimento (qualificação profissional).

Uber, Cabify e 99 tornaram-se nossa primeira opção antes de pensar em chamar um taxi convencional.

Airbnb passou a competir com redes hoteleiras de pequeno a grande porte.

E em nosso segmento – radiodifusão – tem avançado fortemente junto a  consumidores jovens e exigentes serviços de streaming que entregam programações musicais personalizadas, segmentadas e … gratuitas! Spotify ano passado comemorou 10 anos de atividades e é o maior player global.

E onde estão as oportunidades para o rádio neste mundo digital?

Vamos começar falando sobre a principal rede social: Facebook.

Como está o perfil, o nível de engajamento e mobilização de sua emissora nestas redes sociais?

Para garantir o mínimo de sucesso, a emissora tem que estabelecer um coordenador e pelo menos um responsável pela atualização diária das redes sociais.

Por que a figura do coordenador? Para justamente definir e monitorar as ações e atividades, avaliar os resultados e discutir novas práticas.

O perfil e as publicações das redes sociais devem ser um espelho da proposta de programação da emissora, adequada na sua linguagem e com abordagem muito bem definida pelo seu perfil de público.

As emissoras que dedicam parte de sua grade de programação para o jornalismo e esportes tem um pouco mais de facilidade nesta manutenção diária, mas importante ressaltar que nem tudo que vai ao ar tem relevância na rede. Por isso a importância da coordenação em definir junto à equipe de publicação aquilo que realmente vai resultar em audiência e bons números na mídia social.

Existirão temas e assuntos que exigirão muitas vezes um posicionamento da emissora junto aos comentários gerados. Em outros momentos, ser o mediador e principalmente, monitorar a audiência para dar sequencia ao fato que está sendo discutido e avaliar a possibilidade de gerar novas publicações a partir da sua tradicional programação ao vivo.

Outra rica oportunidade é “transmitir ao vivo” no Facebook sua programação – a famosa live. Mas aí tem que ter uma atenção especial de quais programas ou eventos tem sua relevância para uma ação como essa. Na minha modesta opinião deve-se usar a live somente quando este evento tem significativa importância para o seu ouvinte – que não conseguiu acompanhar sua programação ao vivo – para que possa em horário alternativo acessar sua página e conteúdo.

Continuamente acesso páginas de Facebook de emissoras para acompanhar o que está sendo feito de novo, e quais ações são desenvolvidas. O que é muito comum encontrar: páginas com mais de 100 mil curtidas, porém o engajamento nas postagens com números que não passam da casa de três dígitos.

O mais difícil foi conquistado: o ouvinte curtir a página. Mas, infelizmente, não se trabalha adequadamente esse grande patrimônio de usuários digitais que espontaneamente se conectaram com mais um canal de relacionamento da emissora.

Questiono sempre os colegas para saber que ações patrocinadas realizaram em suas redes sociais. As respostas são sempre evasivas.

Por isso, além de investir em talentos (RH), reserve também um valor mensal para ações em suas redes sociais – seja para maior engajamento, seja para formação de um banco de dados confiável. Num segundo momento, sua emissora passa a elaborar projetos especiais contemplando mídia tradicional e também digital. Tenho certeza que há um potencial gigantesco de novas oportunidades de negócios se tivermos a habilidade e a ousadia em entregar uma solução inovadora ao anunciante. Se você não tomar a iniciativa, com certeza outros farão.

Por isso, considere também sua emissora estar no YouTube. Cito como exemplo a Jovem Pan de São Paulo e o número de inscritos em seus canais:

– Os Pingos nos Is: 839.000

– Jovem Pan Sports: 748.000

– Morning Show: 444.000

Eis uma emissora que sabe aproveitar e potencializar o uso da mídia social para gerar ainda mais valor a sua marca, além de faturamento e maior entrega de resultados aos seus anunciantes e patrocinadores. Com competência e brilhantismo soube se reinventar e transformou o que era uma ameaça (mídia digital e rede social) numa grande oportunidade de negócios.

Até o próximo encontro.

Márcio Villela

Empresário, Radiodifusor e Ex-presidente da Aerp.