Em 2014 apresentei num evento da Aerp em Maringá-PR pela primeira vez o diagrama abaixo – apontando a obrigatoriedade de o rádio ocupar espaços e ampliar seu horizonte de atuação.
Passaram-se 5 anos e felizmente agora inicia-se um despertar quanto as novas demandas de mercado para manter-se competitivo.
Somente uma boa programação com entretenimento e conteúdo jornalístico já não é garantia de sucesso ou tão pouco de faturamento.
A segmentação das programações estão se consolidando cada vez mais para criar seus nichos de público e audiência.
Mas é necessário se fazer presente em outros canais de relacionamento, não somente pensando nos anunciantes, mas principalmente na fidelização de seus ouvintes.
Dentro deste cenário multiplataforma, destaco:
Ações promocionais – além de uma oportunidade de geração de faturamento – possibilita seu marketing exercitar a criatividade e propor promoções que realmente criem diferenciais e gerem envolvimento entre ouvintes, anunciantes e a emissora.
Já os eventos institucionais têm como objetivo principal a valorização da marca e da imagem da rádio – aqui podem ser desenvolvidas desde ações diretas com o cliente (quadro funcional e diretivo), agências de publicidade e representantes comerciais, como também promover eventos culturais e artísticos para um seleto número de ouvintes.
Nem todas as emissoras tem a capacidade de promover shows, considerando os níveis de investimento e riscos envolvidos, mas atualmente a grande maioria apoiam ou patrocinam esse tipo de evento, sorteando ingressos, acesso aos camarins e visitas aos estúdios para entrevistas ao vivo com os artistas. Isso gera muito conteúdo para as redes sociais e participação do ouvinte na programação.
Sabemos que o mercado está chegando num nível alto de saturação, para superar isso, somente com criatividade. Por isso a importância de desenvolver projetos especiais considerando vários aspectos: calendário, segmento de mercado, pleitos da comunidade, demandas de qualificação e tantas outras oportunidades. Aqui a emissora – sozinha ou em parceria – pode trabalhar projetos conforme a capacidade de investimento de seus anunciantes e patrocinadores – que muitas vezes não estão na cidade, mas são grandes players de mercado.
Alguns exemplos:
– Caminhada do Coração, CãoMinhada, Passeio Ciclístico
– Palestras (temas diversos: economia, motivação, inovação)
– Data Especiais (Páscoa, Dia dos Namorados, Férias Escolares, Dias dos Pais, Dia das Crianças)
Em pesquisa recente da Social Mídia, o rádio aparece em primeiro lugar como veículo de comunicação de maior reconhecimento quanto o assunto é Responsabilidade Social. E isto é uma realidade, o rádio é um dos maiores prestadores de serviços de utilidade pública a serviço de sua comunidade, seja através de jornalismo de solução – abordando com imparcialidade temas relevantes da sociedade – ou liderando movimentos em prol de instituições de caridade, grupo de pessoas com necessidades especiais ou mesmo demandas de segurança pública, saúde e educação. Num momento de crise econômica e politica pelo qual nosso país ainda passa, a população necessita de um porta-voz para expor e discutir suas necessidades, e o rádio, é o veículo mais democrático e de credibilidade para práticas como esta.
Mesmo em tempos do digital, ainda há espaço para bons projetos gráficos. Muitas emissoras aproveitam o aniversário da cidade ou da associação comercial para apresentar um Anuário Econômico do Município, destacando as principais atividades (serviço, comércio, indústria, agronegócio) e empresas de cada setor, contando com o patrocínio de grande parte delas.
Em artigo anterior já falei sobre a relevância das redes sociais na valorização da marca da emissora, divulgação das ações promocionais, no relacionamento com ouvintes e seguidores, na transmissão de programas ou eventos de maior audiência e tantas outras práticas que podem ser utilizadas para potencializar ainda mais as ações da emissora, além de poder incrementar sua proposta comercial também com opção de ativação digital para seus anunciantes. Estar no digital é muito fácil, mas com relevância já é outra história, por isso, a base de tudo é um bom planejamento e bons profissionais para conduzirem o dia a dia.
Isso é válido também para o site (homepage) e o aplicativo de streaming da emissora – ambos devem respeitar o perfil de programação da emissora para dar ênfase ao entretenimento ou conteúdo jornalístico e informações diversas.
O rádio multiplataforma abre novas oportunidades de negócios e de relacionamento com o mercado.
A transformação digital está disrompendo tudo em massa, como nunca antes, desde que a internet nasceu. Por isso, novos conceitos devem ser aplicados rapidamente:
– Devemos todos nos preocupar com as vendas reais de produtos e serviços do cliente, ou seja, com os resultados a serem gerados pelos investimentos de mídia na emissora;
– Dados, Tecnologia e criatividade comandarão daqui pra frente as ações. Conhecer a si mesmo, o mercado e o cliente com profundidade para gerar entrega de resultados;
– Fidelidade e lealdade do Cliente dá lugar a novas regras de performance e métricas comprovadas de resultados (vendas e lucro líquido);
– O controle da mídia deixará de estar nas mãos das agências e passará, mais e mais, para as mãos dos anunciantes;
– O desafio é manter as pessoas em zona de conforto, mas fora da zona de estabilidade, para que estejam motivadas a entregar mais e inovar diariamente.
Permanecer vivo e competitivo dependerá de sua capacidade de inventar o futuro – e não da sua posição no presente ou do que você construiu no passado.
Até a próxima!
Márcio Villela
Empresário, Radiodifusor e Ex-presidente da Aerp.