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Agricultura familiar pede ajuda para manter produção e garantir abastecimento

Por Jornalismo. Publicado em 08/06/2021 às 13:44.

Com a estiagem e outras dificuldades, a agricultura familiar no estado enfrenta desafios e pede apoio técnico e auxílio financeiro ao governo estadual.

 

Feijão com arroz, uma saladinha e uma porção de carne. Quem sabe um pouquinho de batata frita para acompanhar. A combinação tradicional do país, assim como boa parte de todo alimento consumido na mesa dos brasileiros tem origem na agricultura familiar. Isso porque, os grandes produtores do agronegócio têm foco maior na monocultura para alimentação de animais e na exportação. Segundo o último censo agropecuário, de 2017, a agricultura familiar é responsável por empregar 67% dos trabalhadores do campo.

Mesmo com a responsabilidade de alimentar o país, o setor também sofreu com os impactos da pandemia e, no Paraná, com a forte estiagem. Por isso, o Bloco Parlamentar da Agricultura Familiar da Assembleia Legislativa realizou nesta terça-feira uma audiência pública para tratar dos desafios encontrados pelos produtores, como conta a líder do grupo, deputada Luciana Rafagnin.

SONORA

A maior reivindicação dos produtores é a flexibilização para a contratação do profissional veterinário para o Sistema de Inspeção Municipal, fator que tem dificultado a inserção de mais cidades no SUSAF, um sistema de integrado estadual de sanidade da agricultura familiar e de pequeno porte. Atualmente o sistema conta com apenas 7 cidades e outras 28 em processo de adesão. O documento pede também a padronização de exigências para a inspeção municipal, treinamentos e apoio técnico estadual, ampliação das linhas de crédito e da compra por parte de instituições estaduais como universidades, hospitais e presídios de fornecedores da agricultura familiar.

Os representantes do Adapar defenderam a criação de consórcios municipais para resolver o impasse da contratação de médico veterinário e disseram que o governo vai analisar os pedidos e propostas passados na reunião.

Com relação à crise hídrica, as perdas variam de 30% a 80%, dependendo da época de plantio e da localização da lavoura. Mas os efeitos podem ser sentidos em toda a cadeia produtiva. A baixa produção de milho por exemplo, reflete diretamente na produção leiteira, tendo em vista que grande parte das lavouras seria usada para silagem e a consequência será a falta de alimentação animal. Segundo a deputada, a ajuda também é importante para que o impacto não seja revertido no preço dos produtos para o consumidor final. O relatório sobre a crise hídrica pede ao governo do estado auxílio emergencial para as famílias, bem como garantia de abastecimento de água e a criação de um programa de irrigação e outro de crédito para atender a produção.

SONORA

A reunião contou com deputados integrantes do bloco, entidades representativas da agricultura familiar e do governo estadual.

 

Amanda Yargas