Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Alto índice de fome no país está relacionado ao modelo de produção de alimentos, diz especialista

Por Comunicação. Publicado em 20/05/2022 às 11:11.

Mesmo com aumento na produção de alimentos, 20 milhões de pessoas estavam em situação de fome no Brasil, em 2020; audiência pública debateu a importância de gerar renda e o papel dos pequenos agricultores na segurança alimentar.

Por Fernanda Nardo

Quase 60% dos brasileiros em 2020 estavam em situação de insegurança alimentar e 20 milhões em situação de fome no Brasil. Mesmo com aumento na produção de alimentos, o  Brasil que tinha saído do Mapa da Fome em 2014, voltou a integrá-lo em 2018. Segundo o relatório mais recente da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, 23,5% da população brasileira vivenciou insegurança alimentar moderada ou severa entre 2018 e 2020 e houve um aumento de 5,2% em comparação com o último período analisado, que foi de 2014 a 2017. Nesse cenário, 49,6 milhões de pessoas, entre elas crianças, deixaram de comer por falta de dinheiro ou tiveram uma redução na qualidade e na quantidade de alimentos ingeridos. Diante deste cenário, a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária debateu durante audiência pública a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que visa promover e garantir o acesso à alimentação adequada e saudável à população. Sérgio De Zen, representante da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, destacou o aumento da produção de alimentos no país e a capacidade produtiva do Brasil.

SONORA

Já o diretor executivo da Ação da Cidadania, Rodrigo Afonso, apontou que a segurança alimentar no Brasil não está no rumo certo. Para ele, é inaceitável o país ser o maior produtor e ter um alto número de brasileiros passando fome ou com insegurança alimentar. Rodrigo Afonso relacionou o alto índice de fome no país com o modelo de produção de alimentos.

SONORA

Para o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, uma das soluções é a garantia de renda, ou seja, gerar empregos que possibitarão às pessoas comprar o alimento, assim como o investimento e a manutenção de programas sociais.