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Avaliação de cassação de Renato Freitas é adiada pela Justiça

Por Jornalismo. Publicado em 19/05/2022 às 20:11.

Sessão que avalia se o vereador Renato Freitas seria ou não cassado pela Câmara Municipal de Curitiba é adiada. Entenda o caso.

por Amanda Yargas

A sessão marcada para avaliar a cassação do vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) foi suspensa por uma liminar. A votação estava marcada para a tarde dessa quinta-feira e, na visão da juíza Patrícia Bergonsi, houve violação do processo legal porque membros do Conselho teriam revelado antecipadamente os votos com a intenção de conseguir a cassação de Freitas. Ela também considerou o relator do processo na câmara, o vereador Sidnei Toaldo (Patriota), parcial por ter interesse na cassação do petista. 

A decisão adiou a sessão para depois da sindicância aberta pela Corregedoria da Câmara, que investiga um email de conteúdo racista que atinge inclusive outros vereadores, recebido por Renato Freitas um dia antes da votação sobre o caso no Conselho de Ética da casa legislativa. 

A mensagem foi disparada do email institucional do relator, vereador Sidnei Toaldo, que também fez pedido para a abertura da sindicância e nega qualquer relação com este conteúdo, seja de autoria ou consentimento de envio.  

O fato que deu origem ao processo foi a presença do vereador Renato Freitas em um protesto antiracismo no dia 5 de fevereiro, em memória do congolês Moïse Kabagambe, assassinado brutalmente no Rio de Janeiro. O ato, realizado no Largo da Ordem, no Centro de Curitiba foi estendido para dentro da Igreja Nossa Senhora do Rosário após o fim de uma missa. A celebração, segundo o padre Luiz Haas, foi  encerrada previamente por conta do barulho que vinha do lado de fora. Depois da saída dos fiéis, o padre foi conversar com os manifestantes e houve um desentendimento que resultou na entrada delas por uma porta lateral da Igreja, já que a porta principal tinha sido fechada. 

Renato Freitas nega que tenha liderado a ação, mas considera a manifestação como legítima. A Igreja do Rosário foi erguida e frequentada primeiramente por pessoas negras escravizadas e, por conta de seu histórico e localização, na região central da cidade, foi escolhida como ponto de manifestação.