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Chuvas intensas no Paraná causam prejuízos milionários e impactam preços dos alimentos

Por Redação. Publicado em 09/11/2023 às 19:19. Atualizado em 14/11/2023 às 20:58.

Agricultura paranaense sofre com perda de qualidade e produtividade, levando a aumentos expressivos nos preços dos produtos hortifrútis, enquanto estradas rurais também são afetadas.

Por Marinna Prota

No mês de outubro, grande parte das regiões do Paraná enfrentou um volume de chuvas muito acima da média histórica, causando sérios prejuízos à economia do estado. Alface, cebola, e couve-flor, por exemplo, chegaram a mais do que dobrar de preço em cerca de um mês.

De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral), as chuvas intensas resultaram em perdas na qualidade da produção agrícola e pecuária, os danos ainda estão sendo avaliados no campo. 

Apenas em Curitiba, a precipitação atingiu 563 milímetros no mês passado, um aumento de 299% em comparação ao ano anterior. A produção de trigo já acumula um prejuízo de R$ 671 milhões, enquanto a cevada perdeu R$ 47 milhões em produtividade. 

De acordo com Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, o trigo já perdeu mais de 17% de seu potencial produtivo, e medidas de auxílio do governo são necessárias, especialmente para os produtores que já têm crédito comprometido por perdas anteriores.

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Os impactos nas lavouras de soja, milho e feijão também são perceptíveis, e a tendência é que os prejuízos aumentem. Além disso, o setor lácteo e a exportação de mel também enfrentam dificuldades, com quedas nos preços e na produção, respectivamente.

A especialista do Departamento Técnico e Econômico, disse ainda que os problemas não são apenas resultado das chuvas intensas em outubro, mas também decorrem de um cenário de meses de umidade excessiva.

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Os preços de diversos produtos hortifrútis dispararam, de acordo com dados das Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa). A alface, por exemplo, teve um aumento de 166,7%, com a caixa de 7 quilos saltando de R$ 15 para R$ 40 em apenas um mês. A cebola subiu 122,2%, passando de R$ 45 para R$ 100, enquanto o preço da couve-flor dobrou. 

Além das perdas na produção agrícola e dos preços mais altos, as fortes chuvas também afetaram as estradas rurais, essenciais para o escoamento da safra e o deslocamento de maquinários. 

Segundo Ana, a cooperação entre o setor privado e o governo é a solução para enfrentar os desafios e garantir a sustentabilidade da produção agrícola do estado.

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