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Clima e mercado internacional afetam o preço e o consumo de feijão

Por Jornalismo. Publicado em 19/11/2021 às 18:47.

O Paraná é o principal produtor de feijão do Brasil. Apesar da diminuição da área plantada, a produtividade aumentou, mas as perdas causadas por efeitos climáticos deixaram o grão mais caro e menos acessível.

por Amanda Yargas

 

Feijão e arroz é a combinação base do prato do brasileiro. No entanto, nos últimos anos, a produção de feijão tem diminuído no país, encolhendo 35% nos últimos 44 anos. 

O Paraná é o principal estado produtor desse alimento no país, sendo responsável por quase ⅕ do total da produção nacional. Na última safra (2020/2021) foram produzidos por aqui 544,1 mil toneladas de feijão e o consumo estadual corresponde a menos de 30% desse total. Ou seja, a maior parte contribui no abastecimento de outros estados.

Apesar da diminuição em área plantada, novas tecnologias tornaram a produção mais eficiente. O engenheiro agrônomo Carlos Salvador, da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento, conta que houve também uma mudança no perfil de quem produz o feijão paranaense.

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Segundo o engenheiro,  o feijão é um produto vendido quase que exclusivamente para o mercado interno. Por isso muitos produtores tendem a migrar para outros cultivos, que são commodities, como a soja e o milho. Estes produtos trazem mais segurança financeira, como explica Salvador

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Apesar disso, ele avalia que as reduções sistemáticas no total da produção percebidas nos últimos anos aconteceram por fatores climáticos, principalmente na última safra. Com diminuições que eram de aproximadamente 21% a cada ano, na última temporada, a falta de chuvas fez a queda ser mais acentuada: 36%.

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O resultado: aumento de preço para o consumidor final. Segundo Salvador, o consumo de feijão e arroz aumentou em 2020, fruto da maior quantidade de gente cozinhando em casa. Mas na última safra o consumo brasileiro diminuiu quase 400 mil toneladas, indo de 3 milhões para 2,8 milhões de toneladas por ano no país. Na atual fragilidade econômica e social do país, o feijão acaba substituído por produtos mais baratos, como macarrão e bolachas. Ou seja, não só o bolso do brasileiro fica mais pobre, mas também o prato. 

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Mas a nova temporada vem com mais chuvas e, segundo o engenheiro agrônomo da Seab, isso deve trazer um aumento na produtividade do grão. 

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