Após a soltura do ex-presidente Lula na sexta-feira, a defesa afirmou que ainda vai batalhar pela anulação do processo de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Confira na reportagem de Alexandra Fernandes.
Foto: Henry Milleo
Mesmo após a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a defesa dele disse que a meta é garantir a anulação do processo. O Supremo Tribunal Federal ainda vai discutir um habeas corpus que alega a falta de imparcialidade na condução de Sérgio Moro, do processo do tríplex do Guarujá. Caso seja aceito, a sentença pode ser anulada e o caso voltaria a estágios iniciais. Segundo o presidente do PT no Paraná, Dr. Rosinha, a expectativa para a liberação do habeas corpus é positiva.
Lula foi condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Segundo a Lava Jato, o imóvel seria dado a ele como pagamento de propina por contratos da OAS com a Petrobras, o que ele nega.
Após o deixar a sede da Polícia Federal em Curitiba, no final da tarde da última sexta-feira, o ex-presidente discursou em um palanque montando na Vigília Lula Livre, o espaço onde apoiadores ficaram acampados desde o momento da prisão em 7 de abril de 2018. Ali foi recebido por amigos, líderes do Partido dos Trabalhadores, familiares e milhares de apoiadores que comemoraram.
Uma das participantes era a professora curitibana Sali Santa Bárbara, que assim que soube da soltura veio à sede da PF.
Em discurso, Lula agradeceu a todos que o acompanharam neste um ano e sete meses de reclusão.
Ele ainda criticou o governo Jair Bolsonaro, integrantes da Lava Jato na Polícia Federal e no Ministério Público Federal e, especialmente o ministro Sérgio Moro. Apesar de tudo, Lula disse que tem no coração sentimento de amor e não de ódio.
Uma das participantes era a professora curitibana Sali Santa Bárbara, que assim que soube da soltura veio a sede da PF.
Lula foi beneficiado pelo julgamento do Supremo Tribunal Federal que declarou inconstitucional a prisão de réus condenados em segunda instância. A decisão de soltura foi publicada pelo juiz titular da 12.ª Vara Federal de Curitiba, Danilo Pereira Junior. Nenhuma medida cautelar foi imposta.
Com a decisão do STF, o tempo que presos de maneira provisória, como Lula, permaneceram na cadeia será descontado do período total da pena caso eles tenham que voltar ao regime fechado após o esgotamento de todos os recursos em última instância.
Ainda no sábado, Lula participou de um ato público no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no Grande ABC Paulista. Ali também discursou e reafirmou inocência a necessidade de mudanças no país.
Repórter Alexandra Fernandes