A Força-tarefa da Lava Jato deixou de existir desde segunda-feira, segundo o Ministério Público Federal. A repórter Amanda Yargas tem os detalhes.
A força-tarefa da Lava Jato foi encerrada no Paraná. Quatro integrantes forma realocados no Gaeco, (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal). Outros dez membros permanecem designados para atuação eventual até 1º de outubro, sem dedicação exclusiva.
A Lava Jato durou sete anos e sua dissolução tinha sido indicada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, tanto no Paraná quanto no Rio de Janeiro em dezembro de 2020. A posição de Aras é contrária à dedicação exclusiva de procuradores a uma única operação.
No total, a força-tarefa teve 79 fases. 130 denúncias contra 533 acusados, e 174 pessoas foram condenadas pela Justiça. De acordo com o Ministério Público, mais de R$ 4 bilhões e 300 milhões de reais foram devolvidos aos cofres públicos.
A mudança acontece em meio à quebra de sigilo de conversas entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol por decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. Moro se defendeu em rede social, dizendo que conversas entre juízes, procuradores e advogados são comuns. No entanto, outro ministro do STF, Gilmar Mendes, classificou o conteúdo como preocupante e que forças-tarefas não podem se estruturar nesse modelo de cooperação entre juízes e procuradores.
Amanda Yargas