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Fraudes em licitação e “rachadinha” fazem Gaeco cumprir mandados no interior do Paraná

Por Jornalismo. Publicado em 26/08/2020 às 08:30.

O Ministério Público do Paraná, por meio do núcleo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de Londrina, cumpriu mandados de busca e apreensão em duas cidades do interior do estado nessa terça-feira. O repórter Deividi Lira traz os detalhes das operações.

Foto: Arquivo

 

 

Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo Gaeco nas casas de João Ricardo de Mello, prefeito afastado de São Jerônimo da Serra, no norte pioneiro do Paraná, do ex-presidente da Câmara de Vereadores e em residências e escritórios de ex-servidores da prefeitura e de um advogado. Além de São Jerônimo da Serra, ordens judiciais também foram cumpridas em Sapopema, também no norte pioneiro. A ação do Ministério Público do Paraná, faz parte de uma operação que investiga o crime de “rachadinha”.

As investigações foram desencadeadas a partir da apreensão de um pen drive que estava com o prefeito afastado, no qual foram encontrados vários indícios do esquema criminoso, como explica o coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti.

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Cinco investigados foram proibidos pela Justiça de frequentarem a Câmara Municipal de São Jerônimo da Serra e ainda de manterem contato entre si.
A defesa do prefeito afastado João Ricardo de Mello e do advogado alvo desta operação, afirmou que nada de irregular foi encontrado nas buscas e que os dois “estão tranquilos em relação ao procedimento” e à disposição da Justiça para os esclarecimentos necessários.
Por meio de nota, a Câmara de Vereadores informou que está colaborando com as investigações.

O Gaeco de Londrina cumpriu também três mandados de busca em Nova Tebas, no norte central do estado. As ordens foram para o prefeito Clodoaldo Fernandes dos Santos e para o secretário municipal de Planejamento, João Paulo Arent. O terceiro mandado foi cumprido nas dependências da prefeitura.
O prefeito, o secretário e quatro empresários são investigados pelo Ministério Público por fraude à licitação, desvio de recursos e falsificação de documento. Clodoaldo Fernandes mandou consertar uma máquina motoniveladora sem a realização de uma licitação para o serviço, como afirma o coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti.

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Por meio de nota, a defesa do prefeito disse que ainda não teve acesso às investigações e negou qualquer irregularidade. Segundo a defesa, a contratação para a realização do conserto da máquina foi feita de forma legal, mas que a empresa contratada é investigada por operações em outras cidades.

O secretário de Planejamento, João Paulo Arent, disse que só teve o celular apreendido e negou qualquer irregularidade.

O Tribunal de Justiça do Paraná proibiu os quatro empresários de frequentarem a prefeitura, bem como de manterem contato entre si e com servidores municipais. Além disso, foi determinada a proibição de empresas ligadas a eles de participarem de processos de licitação.

Repórter Deividi Lira