Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Inteligência artificial ajuda na identificação de bovinos

Por Jornalismo. Publicado em 17/10/2019 às 17:18.

Uma pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná desenvolveu uma metodologia para identificar os bois a partir de uma foto das narinas. Os resultados foram positivos e a expectativa é colocar a tecnologia em um aplicativo.

Foto: AEN

 

 

 

 

 

Fazer a identificação do rebanho com um click. A partir de uma foto das narinas dos bois, um programa de computador faz o reconhecimento do animal, baseado na biometria. É a inteligência artificial aliada ao campo para ajudar os produtores a melhorarem os processos. A proposta é parte de uma pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em parceria com estudantes e professores de universidades. O grupo conseguiu criar este método de reconhecimento a partir das narinas dos bois, chamada de espelho nasal. Esta região contêm marcas que são únicas em cada animal, como se fossem as impressões digitais humanas. Por este motivo, a análise desta área traz tanta precisão para identificar o rebanho, como conta o estudante de Engenharia da Computação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Lucas Nolasco, que faz parte da equipe que desenvolveu a metodologia.

O sistema analisa as imagens por meio de redes neurais e algoritmos, que a partir de um banco de dados buscam por padrões que determinam quem é o animal em questão. Segundo o pesquisador do Iapar João Aril Hill, o novo método é necessário por diversas razões.

Os resultados demonstraram que o programa é mais eficaz e confiável do que os tradicionais brincos de identificação que são fixados nas orelhas dos bois, porque não há risco de perda e não pode ser trocado. Também é mais vantajoso pelo bem estar animal, já que evita as marcações por tatuagens ou os carimbos de ferro a fogo.

Para esta pesquisa do Iapar, a identificação foi baseada em um banco de dados das raças Purunã, Jersey e Holandês do rebanho do Iapar nas cidades de Curitiba, Ponta Grossa e Pato Branco. E a taxa de sucesso foi de quase 100%.

A ferramenta ainda não é um aplicativo. Com o desenvolvimento, a ideia é aperfeiçoar o sistema para que fique leve e rápido e então possa ser usado em um dispositivo móvel, como um celular. A expectativa é de aplicar a técnica para outros animais como búfalos e ovelhas, além de utilizar o reconhecimento nasal para identificar animais vacinados ou que apresentam doenças.

Repórter Alexandra Fernandes