Um projeto desenvolvido por universidades do estado busca evitar a extinção da raça de porcos Moura. Para isso, criadores inscritos recebem um casal da espécie e adaptam a criação em propriedades rurais da região.
Foto: Felipe Soifer/Acervo Pessoal/UFPR
Um suíno de fácil manejo, dócil e típico do Brasil. Os porcos da raça Moura são tradicionalmente criados de maneira rústica, soltos em pastagens e florestas nativas. Características que fizeram com que o Bernardo Fadel optasse pela raça para começar a produção de suínos.
O primeiro casal de porcos Moura do Bernardo foi adquirido em um projeto da Universidade Federal do Paraná em parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa, que resgata a raça que quase entrou em extinção. Os Mouras foram trazidos ao país por jesuítas e se desenvolveram bem na região sul. Com o início da produção suína em larga escala, a raça se perdeu. Como conta o professor de zootecnia da UFPR, Marson Warpechowski.
Os pesquisadores têm investido em genética. Segundo a professora de zootecnia da UEPG, Maria Marta Loddi, para ter uma linhagem cada vez mais pura, já que ainda existem poucos animais pelo estado, os animais de melhores características são utilizados como matriz na Fazenda Escola Capão da Onça, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais.
Ainda na UEPG, o projeto fornece para pequenos produtores locais casais de porcos Moura. Os pesquisadores ensinam como manejar os animais. Segundo a professora Maria Marta, há fila de espera para participar da pesquisa. A intenção com a medida é perpetuar a raça.
Os animais adultos podem chegar a até 300 kilos. Pela forma de criação, a carne do Moura é diferenciada, o que tem atraído cada vez mais a atenção dos chefe de cozinha. Segundo Bernardo Fadel, que é o presidente da Associação Paranaense de Criadores de Porcos da Raça Moura, explica que a carne é considerada nobre.
A associação foi iniciada em agosto deste ano, pelos produtores de suínos com o apoio das universidades. A intenção é mapear as criações pelo estado e estabelecer normas de funcionamento para a cadeia produtiva. Com isto o grupo espera conseguir a Indicação Geográfica uma certificação garante que o produto é típico da região.
Repórter Alexandra Fernandes.