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Delegado suspeito de matar a esposa e a enteada é indiciado por duplo feminicídio

Por Jornalismo. Publicado em 17/03/2020 às 10:09.

A Polícia Civil concluiu nessa segunda-feira o inquérito do duplo feminicídio de Maritza e sua filha, e indiciou o delegado Erik Busetti, esposo e padrasto das vítimas, pelas duas mortes. A repórter Amanda Yargas traz mais informações sobre o caso.

Foto: Paraná Portal

 

 

 

O delegado Erik Busetti foi indiciado pelo assassinato de sua esposa Maritza Guimarães de Souza, 41 anos, e a enteada de 16 nessa segunda feira.  Na conclusão do inquérito, o crime foi considerado pela Polícia como duplo feminicídio com incidência de aumento de pena por ter sido cometido  próximo à filha de nove anos da vítima, que era também filha do delegado. O crime aconteceu no dia 4 de março deste ano, na residência em que vivia a família no bairro Atuba, em Curitiba.

Durante o inquérito a polícia analisou as câmeras de segurança que mostraram que Maritza e Erik discutiram por pelo menos três horas antes dos disparos e que ela tentou inclusive deixar a casa, como conta a delegada Camila Cecconello.

Para a polícia, a mãe tentou interferir na discussão entre Erik e a enteada.

Segundo o IML, Maritza foi atingida 7 vezes e a filha 6, mas pela quantidade de munição encontrada na pistola de Erik, a polícia acredita uma ou duas balas tenham atingido as duas vítimas. Os disparos teriam sido sequenciais, segundo relatos das testemunhas.

Vizinhos ouvidos no processo contaram que ficaram surpresos com o que aconteceu porque o delegado passava a impressão de ser uma pessoa calma. Eles também consideraram que ele não fazia distinção entre as duas filhas e tratava a enteada bem. A família de Maritza contou que ela e Erik estavam em processo de separação há cerca de um ano mas não sabiam sobre brigas entre eles. A perícia nos celulares das vítimas ainda não foi concluída. Mas segundo a delegada Camila Cecconello, algumas horas antes de ser assassinada, Maritza mandou mensagens para uma advogada da família dizendo que queria a separação mesmo que litigiosa porque a relação estava insustentável. Maritza e Erik estavam juntos há mais de 10 anos.

O processo passa agora para o  Ministério Público do Paraná, que decide se oferece ou não denúncia contra o delegado.

Repórter Amanda Yargas