Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Empoderamento feminino cria novas configurações no mercado de trabalho

Por Jornalismo. Publicado em 10/03/2020 às 14:06.

As mulheres estão mudando o mercado de trabalho, assumindo espaços antes reservados aos homens. As conquistas delas chamam a atenção em áreas tão diferentes como a construção civil e a pesquisa científica, mas o cenário ainda traz muitos desafios. A reportagem é de Amanda Yargas.

 

Foto: Projeto CADDE/Divulgação

 

 

 

Se compararmos a sociedade brasileira de 50 anos atrás e de hoje é fácil perceber que as mulheres conquistaram espaço no mercado de trabalho. No entanto, este espaço ainda tem muitas limitações e desafios. Existe um papel social feminino que vem sofrendo mudanças junto com  sociedade, mas que ainda é um obstáculo tanto no mercado quanto na vida familiar, como conta a socióloga Maria Aparecida Bridi, pesquisadora da temática do trabalho na Universidade Federal do Paraná.

 

Segundo o IBGE, as mulheres recebem 79,5% menos do que os homens. Elas também ocupam menos cargos de chefia ou gerência e são a minoria na política. A pesquisadora também considerou que em momento de crise econômica, as mulheres fazem parte dos grupos que estão mais vulneráveis e são atingidos primeiro e de forma mais forte, juntamente com os jovens e a população negra. Estes grupos são os que mais sofrem com a precarização, o desemprego e a informalidade. No entanto, a professora considerou que este quadro está mudando com a adoção de políticas públicas específicas, mas principalmente pela luta das próprias mulheres.

 

Espaços que antes eram dominados por eles veêm crescer o número de mulheres que chegam para ficar. Nos últimos 10 anos os postos ocupados por mulheres na construção civil aumentaram em 120%. Segundo o IBGE, são mais de 200 mil em todo país. Uma delas é a pedreira Márcia Bagatelli, que faz construção de casas. Ela conta que a animação dos clientes quando estão vendo ficar pronto seu próximo lar é contagiante e defende a qualidade do trabalho feminino na área.

 

As mulheres já são 63% dos profissionais nas áreas científicas e intelectuais no país. Mesmo assim, quando foi anunciado que cientistas do Brasil tinham mapeado o genoma do novo coronavírus em apenas dois dias, a reação nas redes sociais foi de surpresa quando divulgaram que a equipe era comandada por duas mulheres, Ester Sabino e Jaqueline Goes de Jesus. Na verdade, entre os dez membros da equipe havia apenas um homem. Camila Fabiano de Freitas é pós-doutoranda em Química na Universidade Estadual de Maringá, que ocupa a segunda posição no ranking mundial na produção científica de autoria feminina. Ela comemora as mudanças que estão acontecendo dentro da área de pesquisa e defende a igualdade de oportunidades entre os gêneros.

 

Repórter Amanda Yargas