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Escolas brasileiras são duas vezes mais vulneráveis ao bullying do que a média geral mundial

Por Redação. Publicado em 14/02/2020 às 19:24.

As escolas do Brasil são duas vezes mais vulneráveis ao bullying do que a média geral mundial. E agora na volta às aulas para evitar este problema que é tão sério, é preciso envolver toda a comunidade escolar. Confira na reportagem de Amanda Yargas.

 

 

 

 

 

O bullying é uma agressão física ou verbal, que ocorre de forma intencional e repetitiva contra alguém ou um grupo. O problema envolve uma relação de poder, já que o agressor intimida a vítima. Segundo a Pesquisa Internacional de Ensino e Apendizagem, (Talis, na sigla em inglês) 18% dos diretores das escolas brasileiras apontaram o bullying como um problema que ocorre semanal ou diariamente no ensino médio. No Ensino Fundamental o indicador salta para 28%. O problema é ainda maior no sistema público, com 35% dos diretores do ensino fundamental e 23% no ensino médio considerando que este tipo de intimidação é frequente. A pesquisa ouviu mais de 250 mil professores e diretores em 48 países. A média mundial é de 14% e na América Latina 13%.

A psicopedagoga e psicóloga Priscila Lindner explica que, para reverter esse quadro, pais e professores precisam criar um ambiente de confiança para as crianças e adolescentes

 

No Campus Curitiba do Instituto Federal do Paraná está em desenvolvimento há alguns anos o Projeto Práticas de Prevenção ao Bullying. Segundo o criador do projeto, o técnico educacional Ricardo Alexandre Pereira, as ações vão além das pessoas diretamente envolvidas no problema, ou seja, o agressor e a vítima, e atingem toda a comunidade escolar.

 

No projeto os estudantes são orientados sobre o bullying e aqueles que querem se envolver mais recebem uma formação sobre a sistemática da agressão e são instigados a propor atividades para discutir o tema dentro da escola e envolver outros alunos. Ricardo Pereira disse que o programa é aplicado todos os anos com os estudantes calouros e que já mudou a percepção deles sobre as situações vividas na escola.

 

Desde 2015, a lei 13185 estabelece que as escolas devem ter um programa de combate sistemático ao bullying. Então além de mudar a realidade na própria instituição, o conteúdo do projeto é distribuído de forma livre para que outras escolas possam adaptar de acordo com suas realidades.

A ideia é sempre evitar que o bullying aconteça. Mas a psicóloga Priscyla Lindner conta quais são as atitudes que se deve tomar para recuperar a autoestima de quem sofreu com esse tipo de agressão.

 

Repórter Amanda Yargas