Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Gaeco registra mais de 160 mortes em confrontos policiais no PR

Por Jornalismo. Publicado em 24/09/2019 às 17:15.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), divulgou os números de mortes em confrontos com policiais no estado do Paraná no primeiro semestre deste ano. Os dados apontam uma estabilidade no número em relação ao mesmo período do ano passado.

Foto: Ministério Público do Paraná

 

 

 

 

 

 

 

Um levantamento do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) mostrou que no primeiro semestre de 2019, foram 162 de mortes em confrontos com policiais no estado do Paraná. Destas 157 mortes em embates com policiais militares, quatro mortes com policiais civis e uma morte com guarda municipal. Os dados se referem a situações em que há morte de civis diante de intervenções policiais. Na comparação com o segundo semestre de 2018, quando houve 148 mortes, o número cresceu 9,5%. Já em relação ao primeiro semestre do ano passado (com 179 mortes), houve decréscimo também de 9,5% (17 mortes a menos). De acordo com o coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti, os dados deste ano estão estáveis.

Entre as cinco cidades com maior número de mortes em confrontos policiais nos seis primeiros meses deste ano, estão Curitiba com 32 mortes, seguida de Londrina, no norte do estado com 25 mortes, Almirante Tamandaré e São José dos Pinhais, ambas na região metropolitana de Curitiba e Ponta Grossa nos Campos Gerais. O controle estatístico das mortes em confrontos policiais feito  pelo Gaeco, é parte de uma estratégia do Ministério Público do Paraná com o objetivo de contribuir para diminuir a letalidade das abordagens em confrontos policiais. O Paraná é um dos estados que aderiu ao Programa Nacional de Enfrentamento à Morte Decorrente de Intervenção Policial, do Conselho Nacional do Ministério Público. O coordenador do Gaeco diz que os comandos policiais tem demonstrado vontade em combater estas situações.

Os números foram divulgados em meio à discussão do pacote “Anti-Crime”, enviado pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, na Câmara dos deputados. Um dos pontos de maior questionamento é o do excludente de ilicitude, que prevê a redução ou exclusão da pena para policiais que cometerem excesso por ‘medo’ ou ‘violenta emoção’. Para o coordenador do Gaeco, a atual legislação já é suficiente para tratar da temática.

Ainda na avaliação do MP há a necessidade de uma melhora nos processos de investigações para se chegar a uma conclusão mais efetiva dos casos.

Repórter Alexandra Fernandes