Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná

Grupos para homens agressores busca interromper o ciclo de violência doméstica

Por Comunicação. Publicado em 04/07/2022 às 13:17.

No oeste paranaense, em Nova Cantu, o projeto Conviver, atendeu desde 2019, cerca de 100 homens; segundo o programa, nenhum deles voltou a agredir uma mulher.

Por Fernanda Nardo

Entre as medidas protetivas que o juiz pode definir para interromper a violência doméstica, está o acompanhamento psicossocial do agressor. Para libertar as mulheres desse cotidiano de maus tratos que levam a muitas mortes é preciso mudanças na sociedade, e isso passa por ações voltadas para os homens agressores, além das providências legais e da responsabilização dos crimes cometidos. Diante de um número de casos muito maior que os registrados no Oeste Paranaense, o promotor de Justiça, Thimotie Aragon, implantou em Campina da Lagoa, Altamira do Paraná, em Nova Cantu, o projeto Conviver, grupos de reflexão para autores de violência doméstica. Segundo o procurador, os homens chegam aos grupos obrigados pela Justiça, mas ao final dos encontros pedem para continuar. Desde 2019, cerca de 100 homens participaram do projeto, e nenhum deles voltou a agredir uma mulher. De acordo com Thimotie Aragon, como o machismo estrutura a nossa sociedade, muitos homens ainda não reconhecem algumas práticas como violência, e precisam sim, ser educados.

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Fernando Aguiar, psicólogo e membro do Grupo Homens em Conexão, explica que nos grupos de reflexão, os homens ouvem e são ouvidos, e isso é fundamental para reverter a construção social que impede os homens de falar sobre os seus sentimentos.

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Segundo o psicólogo, a sociedade impõe aos homens um isolamento emocional, e mudar isso faz parte do combate a violência.

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Isso não significa que o homem que agride uma mulher não deverá ser punido, mas que para mudar este cenário, é necessário, também, outras abordagens, como explica Conceição de Maria, superintendente e cofundadora do Instituto Maria da Penha.

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